Antes disso, a agência tinha colocado os ratings da TAP em revisão, num processo iniciado em janeiro deste ano, sendo que “a perspetiva de todos os ratings foi alterada para estável”, referiu, num comunicado.
Esta melhoria equilibra, segundo a Moody’s, a materialização “da ajuda de estado fornecida pelo Governo português à TAP SA” no âmbito das ajudas europeias e que resultou “numa melhoria significativa do perfil de liquidez” da transportadora, a simplificação da estrutura da TAP, o plano de reestruturação “credível” apresentado à Comissão Europeia e as medidas de poupança de custos implementadas até agora com uma “história de fraca rentabilidade antes da pandemia” e “o risco de execução do plano num ambiente de mercado que se mantém volátil”.
A Moody’s recordou que “desde o início da pandemia, o Estado português já terá injetado 3,2 mil milhões de euros na TAP S.A.” e que a injeção deverá ser suficiente para financiar a atividade e o serviço da dívida a curto e médio prazo, “desde que o plano de reestruturação seja executado com sucesso”.
A agência disse ainda que, com o aumento de capital de dezembro de 2021, o Governo português passou a ser o único acionista da TAP S.A., que deixou de ser participada pela TAP S.G.P.S., o que faz com que a transportadora passe a estar “apenas concentrada nas atividades de aviação, com a marca TAP S.A. e com a Portugália”, acrescentando que o peso da operação no Brasil irá deixar de existir.
A Moody’s destacou ainda que a companhia conseguiu reduzir os custos fixos desde o início da pandemia, nomeadamente com pessoal (menos 11% no ano passado), mas alertou para a situação das companhias aéreas europeias, que enfrentam cada vez mais custos com o trabalho, manutenção e taxas aeroportuárias, além da subida dos combustíveis.
A TAP teve um prejuízo de quase 1.600 milhões de euros no ano passado, apesar do aumento do número de passageiros transportados e das receitas relativamente ao ano anterior, segundo comunicou a empresa no dia 11 de abril.
Na informação enviada à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a transportadora aérea nacional explicou que registou custos não recorrentes de 1.024,9 milhões – por exemplo, com o encerramento das operações de manutenção no Brasil – que tiveram impacto nos resultados.
“Deve também ser destacado o impacto líquido negativo das diferenças cambiais (EUR 175,5 milhões) relacionado com a depreciação do euro face ao dólar (com um forte impacto nas rendas futuras e, portanto, sem impacto em caixa neste ano), e também a depreciação do real face ao euro”, acrescentou (ECO digital)
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