terça-feira, abril 19, 2022

Ucrânia: forças armadas ucranianas terão usado armas proibidas, avança o ‘NYT’


As forças ucranianas já usaram munições de fragmentação, um tipo de armamento banido e que foi várias vezes utilizado pelas tropas russas durante a invasão da Ucrânia, segundo revelou esta segunda-feira o jornal americano ‘New York Times’. A publicação apontou ainda que este tipo de armamento – que quando explode desfaz-se em múltiplos estilhaços – foi utilizado na zona rural de Husarivka. Numa operação, duas pessoas morreram mas nenhuma delas derivado de ferimentos provocados por bombas de fragmentação. Esses tipos de armas proibidas internacionalmente têm sido usadas repetidamente pelos militares russos desde o arranque da invasão à Ucrânia em fevereiro, segundo denúncias de grupos dos direitos humanos. À medida que a guerra se aproxima da sua oitava semana, ambos os lados dependem fortemente de artilharia. Mas a decisão dos ucranianos de atingir a sua própria aldeia com uma munição cluster que tem a capacidade de matar pessoas inocentes ao acaso reforça o seu cálculo estratégico: isso é o que eles precisavam fazer para retomar seu país, não importa o custo.

A Convenção sobre Munições Cluster, que entrou em vigor em 2010, proíbe o seu uso por causa do dano indiscriminado que podem causar a civis: grupos humanitários notaram que 20% ou mais das submunições antipessoal não detonam no impacto, mas podem explodir mais tarde se forem recolhidas ou manuseadas. Mais de 100 nações assinaram o pacto, embora os Estados Unidos, a Ucrânia e a Rússia não.

“Não é surpreendente mas é definitivamente desanimador ouvir que surgiram evidências indicando que a Ucrânia pode ter usado munições de fragmentação neste conflito atual”, disse Mary Wareham, diretora de defesa da divisão de armas da ‘Human Rights Watch’. “As munições cluster são armas inaceitáveis ​​que estão a matar e a mutilar civis em toda a Ucrânia.” Ao jornal americano, um conselheiro das Forças Armadas ucranianas assim como o Ministério da Defesa recusaram comentar (Multinews, texto do jornalista Francisco Laranjeira)

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