quinta-feira, julho 01, 2021

Covid-19: Pessoas vacinadas podem transmitir o vírus. Porquê?


Para lutar melhor contra um vírus, o sistema imunitário deve já ter ‘conhecido’ esse agressor para saber como combatê-lo. É justamente isto que fazem as vacinas contra a covid-19: ‘apresentam’ o vírus Sars-Cov-2 de forma segura ao sistema imunitário da pessoa incoulada para que este desenvolva anticorpos específicos capazes de lutar contra uma infeção causada por este vírus. Seja qual for a tecnologia por detrás da vacina covid-19, todas as marcas partilham um objetivo comum: ensinar o nosso sistema imunológico a reconhecer e a bloquear com segurança o Sars-CoV-2 para prevenir a doença covid-19. Mas, como explica a especialista em microbiologia Victoria Sánchez Hellín, citada pelo jornal espanhol El Diario, “o processo de imunização não é imediato. O sistema imunológico leva tempo e, portanto, uma pessoa recentemente vacinada pode contrair o vírus (ficando doente ou não) e transmiti-lo”.

Além disso, apesar de alcançada a imunidade individual, as vacinas atualmente disponíveis não alcançaram aquilo que a especialista chama de ‘imunidade estéril’: “A replicação do vírus na mucosa do trato respiratório não é totalmente inibida. Consequentemente, é possível infectar outras pessoas”, explica. Quer isto dizer que as vacinas são ineficazes? Não. “As vacinas são eficazes porque reduzem o risco de infecção e, consequentemente, a probabilidade de transmissão do vírus a outras pessoas. Isso significa menos infecções, menos doenças, menos sequelas e menos mortes. Esta redução do risco é necessária como medida essencial para o combate à pandemia.”, explica ainda a microbiologista.

Quando se alcança a imunidade de grupo, o risco de contrair a doença é muito baixo e, portanto, a transmissão é mínima, o que também protege as pessoas que não podem ser vacinadas porque têm alguma contra-indicação clínica, como alergia grave por exemplo, explica Victoria Sánchez Hellín, que, como a maioria dos especialistas do mundo, situa esse objetivo nos 70% de pessoas vacinadas (Multinews)

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