Existem milhares de variantes do vírus Sars-CoV-2, mas só algumas se destacam por serem mais contagiosas, provocarem a forma mais grave da doença ou tornarem menos eficazes as vacinas existentes. Os vírus sofrem mutações constantemente e este novo coronavírus não é exceção. Embora a maioria das alterações genéticas seja inofensiva, algumas podem tornar o vírus mais eficaz a infectar células ou a evitar os anticorpos. Estas variantes ‘mais inteligentes” podem ganhar a corrida a outras estripes, tornando-se predominantes entre o número total de infeções.
Há quatro
variantes consideradas pelas autoridades de saúde como preocupantes e todas elas
estão presentes em Portugal. São elas a Alfa, a Beta, a Gama e a Delta. Esta
última tornou-se no maior foco de preocupação no mundo, especialmente na
Europa. Portugal está a ser um dos países mais fustigados. A Delta propagou-se
a quase 100 países desde que foi detetada pela primeira vez na Índia em outubro
do ano passado.
O que é uma
variante?
Os vírus sofrem alterações genéticas que podem criar variantes. Algumas mutações enfraquecem o vírus; outras podem gerar mais resistência que facilita a sua propagação.
Quais são as
variantes mais preocupantes?
A Organização
Mundial de Saúde (OMS) e o Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças
(ECDC) classificaram quatro variantes do novo coronavírus como “variantes de
preocupação”:
Alpha – detetada
em setembro de 2020 no Reino Unido, e por isso, conhecida como variante
inglesa, era a variante dominante no Reino Unido e após o Natal de 2020
tornou-se dominante em Portugal, tendo levado ao pior período da pandemia
vivido no país. Tornou-se dominante também na Europa, mas agora começa a perder
terreno para a variante Delta.
Beta – Detetada em
maio de 2020, na África do Sul. Foi detetada em pelo menos 120 países,
incluindo Portugal.
Gama – Detetada pela
primeira vez na cidade de Manaus, no Brasil, em Dezembro de 2020, esta variante
contribuiu para um aumento de casos no país e a situações dramáticas de falta
de oxigénio para assistir todos os doentes. Foi detetada em pelo menos 72
países, incluindo Portugal.
Delta – Detetada
na Índia em outubro de 2020, é também chamada de “variante indiana”. É agora a
variante que mais causa preocupação no mundo. Estima-se que seja 55% mais
transmissível do que a Alpha. E este dado faz com que caminhe para ser a variante
dominante. A OMS estima que na Europa seja responsável pela maioria dos casos
já em agosto.
Outros estudo
demonstraram que a Delta tem alguma resistência às vacinas e que aumenta o
risco de reinfecção em pessoas recuperadas de covid-19 infetadas com outra
variante.
Como as variantes
reagem às vacinas?
Todas as quatro
variantes preocupantes têm múltiplas mutações que afetam a proteína de
espícula, que se liga às células humanas. Isto levanta questões sobre se as
pessoas que desenvolveram anticorpos para a estirpe original – seja através de
uma vacina ou por se terem recuperado da doença – conseguirão lutar contra as
novas variantes.
Sobre a Delta,
dados da Public Health England indicam que as vacinas são menos eficazes na
prevenção de doençascom sintomas em comparação com a Alpha, especialmente se só
tiver havido uma dose.
Eis o que se sabe
sobre a eficácia da vacinação, com base em vários estudos:
Eficácia média das
vacinas contra a doença com sintomas
Alpha – 49% após
uma dose e 89% após duas doses
Delta – 35% após
uma dose e 79% após duas doses
Vacina da Pfizer:
Proteção para
hospitalização de 94% após uma dose e 96% após duas doses
Vacina da
AstraZeneca:
Proteção para
hospitalização de 71% após uma dose e 92% após duas doses
Não há ainda dados
suficientes sobre as restantes vacinas disponíveis (Multinews)
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