Numa altura em que o processo de vacinação já começou há cerca de seis meses, há cada vez mais pacientes à faltar à convocatória para serem imunizados, mesmo depois de terem confirmado o seu agendamento, avança o ‘Jornal de Notícias’ (JN). Segundo a mesma publicação, este cenário foi confirmado por autarcas de algumas regiões do país, que têm notado uma maior ausência nos centros de vacinação, que temem que piore com a época de ferias que se aproxima.
“No dia do jogo de Portugal [com a Alemanha] verificaram-se dois fenómenos: pessoas que vieram a partir das 14 horas, antecipando autonomamente a chegada [a partida começou às 17 horas], e, mesmo assim houve mais de 100 pessoas que faltaram” à vacinação, explicou o presidente da Câmara de Gondomar, Marco Martins, ao mesmo jornal. Segundo o responsável, as faltas neste processo “são um número que tem vindo a crescer” diariamente, sendo que, na passada terça-feira, por exemplo, registaram-se 140 ausências, de pessoas que já tinham confirmado o seu agendamento.
“É vergonhoso e repugnante”, disse o autarca, sublinhando que por conta desta situação, quando se aproxima da hora do encerramento do centro, “os profissionais de saúde começam a fazer contactos para tentar arranjar utentes e não haver desperdício” de vacinas. Mas Gondomar não é a única região onde tal acontece. Também em Cascais as ausências têm sido cada vez mais notadas, segundo o seu presidente, Carlos Carlos Carreiras.
“Constatámos que nos fins de semana de
ponte houve uma descolagem significativa entre o número de agendamentos e o
número de presenças para vacinação”, afirmou ao ‘JN’.
Mas o que pode estar na origem deste
aumento nas ausências para a vacinação? Motivos de ordem profissional,
familiar, por mudança de opinião ou até mesmo por lazer, podem ser a resposta,
segundo Nuno Jacinto, presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e
Familiar.
“Pode ter havido algum impedimento de última hora. Eventualmente, em alguns casos, pode haver também mudança de opinião. Mas é um fenómeno curioso. Não é fácil ter uma razão para toda a gente”, referiu, citado pelo ‘JN’. O jornal questionou a task-force de vacinação sobre este tema, contudo, o organismo não revelou se tem um “plano B” para a toma das segundas doses, caso calhe em época de férias, motivo pelo qual apelou a que a população cumpra o esquema vacinal proposto. O coordenador da task-force, o almirante Gouveia e Melo, já tinha admitido, numa audição parlamentar que as férias vão “ter um impacto nos processos de agendamento das vacinas”.
“O que estamos a tentar fazer para evitar
isso é [utilizar] a metodologia casa aberta, em que dentro da faixa etária, as
pessoas podem ir aos centros de vacinação [sem marcação]”, explicou.
“Primeiro na sua área de residência e depois, eventualmente, até fora da área de residência”, disse Gouveia e Melo, sublinhando que as pessoas ou se vacinam “antes das férias ou depois”. “Eventualmente um grupo muito restrito poder-se-á vacinar num outro local”, adiantou ainda (Multinews)
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