Economistas agrupados no G30, incluindo ex-dirigentes de bancos centrais como Mario Draghi, advertem que "o fluxo de dinheiro tem disfarçado a realidade" e sugerem que os países façam uma revisão das suas leis de falências.
Os governos terão de enfrentar a dura tarefa de selecionar as empresas
que querem salvar ou não, depois de passar a pandemia, prevê um relatório de um
grupo economistas internacionais.
Muitas empresas contraíram elevadas dívidas para se manterem durante
desde o início da pandemia de covid-19 - e quando terminarem os programas com
apoios alargados lançados pelos governos, haverá provavelmente falências em
massa, sendo ainda difícil determinar quantas, avançam estes economistas,
agrupados no "G30", que inclui antigos dirigentes de bancos centrais.
"Neste momento, não podemos avaliar a dimensão do problema",
afirmou Raghuram Rajan, um antigo governador do banco central da Índia, que
trabalha atualmente na universidade de Chicago, explicado que isso se deve à
"importância das medidas de apoio em vigor".
Poucas empresas faliram até agora porque "o fluxo de dinheiro
disfarça a realidade subjacente", disse o ex-presidente do Banco Central
Europeu (BCE), Mario Draghi, que coordenou com Rajan a elaboração do documento.
Os economistas sugerem aos governos pistas para os ajudar a evitar
canalizar recursos para empresas que estão demasiado mal para sobreviver após a
pandemia e propõem que se adaptem a "novas realidades".
As autoridades devem, por exemplo, encorajar "as transformações
necessárias ou desejáveis" nos sectores cada vez mais informatizados,
aponta o relatório. O grupo sugere uma revisão das leis sobre falências nos
países onde os atuais protocolos tornam quase impossível que uma empresa em
dificuldades sobreviva, mesmo que a sua estratégia seja promissora.
Os economistas recomendam também que as empresas recuperem mais dinheiro
emitindo ações em vez de novas emissões de dívida, uma evolução que os governos
podem encorajar com novas regras ou até comprando ações (LUSA)
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