A Suécia recomendou esta semana pela primeira vez o uso de máscaras nos
transportes públicos, uma reviravolta no que tem sido a atípica estratégica do
país nórdico para conter a pandemia de covid-19.
O primeiro-ministro sueco, Stefan Lofven, anunciou novas medidas de
combate à pandemia. O país escandinavo, a braços com a segunda vaga da doença,
vai também adotar uma série de novas restrições, incluindo a introdução de
medição de temperatura nas lojas e a limitação de quatro pessoas nas mesas de
restaurantes, anunciou o primeiro-ministro, Stefan Lofven, em conferência de
imprensa.
A Suécia tem sido destaque entre as nações europeias pela resposta relativamente tranquila à pandemia, sem confinamento ou encerramentos de estabelecimentos, apoiando-se no sentido de dever cívico dos cidadãos para controlar as infeções. No entanto, o país tem visto um rápido aumento de casos confirmados, o que tem sobrecarregado o sistema de saúde. "A situação continua muito séria", prosseguiu o chefe do Executivo. O vírus espalhou-se rapidamente entre o pessoal médico, forçando o Governo a aplicar mais restrições, que incluem a proibição nacional de venda de álcool em bares e restaurantes depois das 22:00 e o recolher obrigatório que foi esta sexta-feira adiado para as 20:00 (DN-Lisboa)
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Suécia considera situação pandémica no país
"muito grave"
As autoridades suecas consideraram "muito grave" a situação no
país motivada pela pandemia do coronavírus após um novo recorde de contágios,
mas sublinharam que as UCI têm capacidade para acolher doentes e são
ampliáveis.
Primeiro-ministro sueco diz que autoridades de saúde avaliaram mal
ressurgimento do vírus. A Suécia, que adotou uma estratégia mais distendida
contra o coronavírus que os restantes países nórdicos, notificou nas últimas 24
horas 7.935 novos casos e 58 mortes (soma um total de 312.728 infeções e 7.354
mortos desde março), com uma incidência de 727 casos por 100.000 habitantes nos
últimos 14 dias.
"A situação é muito grave, há muitos casos em todo o país", admitiu em conferência de imprensa Karin Tegmark Wisell, chefe de departamento da Agência de saúde pública (FHM), apesar de sublinhar que a subida tem diminuído nos últimos dias. Das 21 regiões suecas, oito reforçaram o pessoal médico e apesar de nenhuma estar em emergência extrema, aguarda-se um agravamento da situação, segundo dados da direção-geral de Assuntos sociais.
As autoridades regionais de Estocolmo tinham alertado na quarta-feira
que estavam no limite da capacidade nas Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) e
que necessitavam de reforços, mas uma responsável dos Assuntos sociais garantiu
hoje que ainda existe 22% de capacidade disponível em todo o país e que podem disponibilizar
mais meios se necessário.
"Estamos intranquilos com a situação, mas não ao ponto de que esteja fora de controlo. As UCI estão sobrecarregadas e o pessoal tem muito trabalho, mas podemos ampliar a capacidade. Não é uma situação de crise urgente", indicou Irene Nilsson-Carlsson. Nilsson-Carlsson sublinhou que foi reduzido de forma "significativa" o tempo médio de permanência nos hospitais por covid-19 face à primeira vaga, na passada primavera, e que apenas 11% dos doentes infetados necessitam atualmente de internamento nas UCI. A Suécia tem sido o país da Escandinávia mais afetado, apesar de permanecer longe de países como Espanha, Itália, França ou Reino Unido. A sua taxa de mortalidade de 71,65 por 100.000 habitantes é cinco vezes superior à da Dinamarca e dez em comparação com Noruega e Finlândia.
De acordo com a tradição de autonomia das agências estatais, o Governo
adotou a estratégia delineada pela FMH, com muitas recomendações apelando à
responsabilidade individual juntamente com poucas proibições, mas mantendo
abertos escolas, restaurantes, bares e locais noturnos.
O surgimento da segunda vaga provocou uma alteração na estratégia sueca, com um papel mais ativo do Governo, que proibiu reuniões públicas de mais de oito pessoas, a venda de álcool a partir das 22 horas e fixou para as 22:30 o encerramento de bares, restaurantes e clubes noturnos. Desde segunda-feira que as universidades e institutos superiores promovem o ensino de forma virtual, enquanto a FHM endureceu o tom das suas recomendações, apesar de continuar a não aconselhar o uso de máscara devido à ausência de provas científicas (DN-Lisboa)
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Suécia reconhece que problemas em lares causaram
mortes por covid-19
"A IVO identificou sérias deficiências a nível regional no que diz
respeito aos cuidados prestados às pessoas que vivem em estruturas
residenciais", disse, em conferência de imprensa, Sofia Wallstrom,
diretora-geral da inspeção sueca da saúde, citada pela Reuters.
"O nível mais baixo de tratamento é simplesmente demasiado baixo", disse a diretora-geral. "Mesmo durante uma pandemia", acrescentou. Nenhuma das 21 regiões suecas se responsabiliza o suficiente no tratamento de residentes infetados em lares, com um quinto dos pacientes a não receberam qualquer avaliação médica, avançou Sofia Wallstrom, sem identificar os lares e funcionários onde os problemas foram notórios.
Lares têm de adotar novas medidas até 15 de janeiro
A inspeção de saúde sueca instou as autoridades regionais a porem em prática medidas que melhorem os cuidados prestados em lares. Devem ser apresentadas até 15 de janeiro. À semelhança do que aconteceu em Portugal, a Suécia registou no verão muito menos casos do que na primavera, mas viu o outono trazer uma segunda vaga de infetados com covid-19. O país teme a repetição do que aconteceu entre março e junho nas estruturas residenciais para idosos. O número de óbitos em lares da Suécia corresponde a quase metade dos óbitos do país por covid-19. A Suécia regista 6500 mortes por covid-19 e 225 560 casos confirmados, segundo o Worldometer. Em contraciclo com a maioria dos países europeus, a Suécia tem adotado desde o início medidas menos restritivas. Não forçou o confinamento nem tornou obrigatório o uso de máscaras.
No entanto, e embora tenha menos mortes do que Espanha, por exemplo, o
país sofreu mais mortes do que os países vizinhos como a Noruega. Uma das
razões será, precisamente, a forma como trataram a pandemia nos lares de idosos
- sem os controlos adequados. E já estão a ser tomadas medidas mais fortes do
que na primavera, como, por exemplo, ajuntamentos limitados a oito pessoas
(DN-Lisboa)
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