sábado, dezembro 19, 2020

Covid-19: Suécia recomenda pela primeira vez uso de máscaras nos transportes públicos

 


A Suécia recomendou esta semana pela primeira vez o uso de máscaras nos transportes públicos, uma reviravolta no que tem sido a atípica estratégica do país nórdico para conter a pandemia de covid-19.

O primeiro-ministro sueco, Stefan Lofven, anunciou novas medidas de combate à pandemia. O país escandinavo, a braços com a segunda vaga da doença, vai também adotar uma série de novas restrições, incluindo a introdução de medição de temperatura nas lojas e a limitação de quatro pessoas nas mesas de restaurantes, anunciou o primeiro-ministro, Stefan Lofven, em conferência de imprensa.

A Suécia tem sido destaque entre as nações europeias pela resposta relativamente tranquila à pandemia, sem confinamento ou encerramentos de estabelecimentos, apoiando-se no sentido de dever cívico dos cidadãos para controlar as infeções. No entanto, o país tem visto um rápido aumento de casos confirmados, o que tem sobrecarregado o sistema de saúde. "A situação continua muito séria", prosseguiu o chefe do Executivo. O vírus espalhou-se rapidamente entre o pessoal médico, forçando o Governo a aplicar mais restrições, que incluem a proibição nacional de venda de álcool em bares e restaurantes depois das 22:00 e o recolher obrigatório que foi esta sexta-feira adiado para as 20:00 (DN-Lisboa)

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Suécia considera situação pandémica no país "muito grave"

As autoridades suecas consideraram "muito grave" a situação no país motivada pela pandemia do coronavírus após um novo recorde de contágios, mas sublinharam que as UCI têm capacidade para acolher doentes e são ampliáveis.

Primeiro-ministro sueco diz que autoridades de saúde avaliaram mal ressurgimento do vírus. A Suécia, que adotou uma estratégia mais distendida contra o coronavírus que os restantes países nórdicos, notificou nas últimas 24 horas 7.935 novos casos e 58 mortes (soma um total de 312.728 infeções e 7.354 mortos desde março), com uma incidência de 727 casos por 100.000 habitantes nos últimos 14 dias.

"A situação é muito grave, há muitos casos em todo o país", admitiu em conferência de imprensa Karin Tegmark Wisell, chefe de departamento da Agência de saúde pública (FHM), apesar de sublinhar que a subida tem diminuído nos últimos dias. Das 21 regiões suecas, oito reforçaram o pessoal médico e apesar de nenhuma estar em emergência extrema, aguarda-se um agravamento da situação, segundo dados da direção-geral de Assuntos sociais.

As autoridades regionais de Estocolmo tinham alertado na quarta-feira que estavam no limite da capacidade nas Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) e que necessitavam de reforços, mas uma responsável dos Assuntos sociais garantiu hoje que ainda existe 22% de capacidade disponível em todo o país e que podem disponibilizar mais meios se necessário.

"Estamos intranquilos com a situação, mas não ao ponto de que esteja fora de controlo. As UCI estão sobrecarregadas e o pessoal tem muito trabalho, mas podemos ampliar a capacidade. Não é uma situação de crise urgente", indicou Irene Nilsson-Carlsson. Nilsson-Carlsson sublinhou que foi reduzido de forma "significativa" o tempo médio de permanência nos hospitais por covid-19 face à primeira vaga, na passada primavera, e que apenas 11% dos doentes infetados necessitam atualmente de internamento nas UCI. A Suécia tem sido o país da Escandinávia mais afetado, apesar de permanecer longe de países como Espanha, Itália, França ou Reino Unido. A sua taxa de mortalidade de 71,65 por 100.000 habitantes é cinco vezes superior à da Dinamarca e dez em comparação com Noruega e Finlândia.

De acordo com a tradição de autonomia das agências estatais, o Governo adotou a estratégia delineada pela FMH, com muitas recomendações apelando à responsabilidade individual juntamente com poucas proibições, mas mantendo abertos escolas, restaurantes, bares e locais noturnos.

O surgimento da segunda vaga provocou uma alteração na estratégia sueca, com um papel mais ativo do Governo, que proibiu reuniões públicas de mais de oito pessoas, a venda de álcool a partir das 22 horas e fixou para as 22:30 o encerramento de bares, restaurantes e clubes noturnos. Desde segunda-feira que as universidades e institutos superiores promovem o ensino de forma virtual, enquanto a FHM endureceu o tom das suas recomendações, apesar de continuar a não aconselhar o uso de máscara devido à ausência de provas científicas (DN-Lisboa)

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Suécia reconhece que problemas em lares causaram mortes por covid-19

 O primeiro-ministro sueco, Stefan Lofven, anunciou novas medidas de combate à pandemia. A inspeção das atividades de saúde da Suécia disse esta terça-feira que constatou existirem "sérias deficiências" no tratamento da covid-19 de residentes em lares onde milhares morreram, segundo a Reuters. Aumenta assim a pressão sobre a estratégia desalinhada com o resto da Europa que o país tem assumido. As estruturas residenciais para idosos na Suécia foram devastadas pela covid-19, levando o primeiro-ministro do país, Stefan Lofven, a admitir em maio que o país tinha falhado na proteção aos mais velhos. As mortes foram investigadas durante meses pela Inspeção de Saúde e Serviços Sociais (IVO), uma instituição governamental cuja missão é supervisionar os serviços na área social e de saúde, após uma série de queixas de familiares dos pacientes e de trabalhadores dos lares.

"A IVO identificou sérias deficiências a nível regional no que diz respeito aos cuidados prestados às pessoas que vivem em estruturas residenciais", disse, em conferência de imprensa, Sofia Wallstrom, diretora-geral da inspeção sueca da saúde, citada pela Reuters.

"O nível mais baixo de tratamento é simplesmente demasiado baixo", disse a diretora-geral. "Mesmo durante uma pandemia", acrescentou. Nenhuma das 21 regiões suecas se responsabiliza o suficiente no tratamento de residentes infetados em lares, com um quinto dos pacientes a não receberam qualquer avaliação médica, avançou Sofia Wallstrom, sem identificar os lares e funcionários onde os problemas foram notórios.

Lares têm de adotar novas medidas até 15 de janeiro

A inspeção de saúde sueca instou as autoridades regionais a porem em prática medidas que melhorem os cuidados prestados em lares. Devem ser apresentadas até 15 de janeiro. À semelhança do que aconteceu em Portugal, a Suécia registou no verão muito menos casos do que na primavera, mas viu o outono trazer uma segunda vaga de infetados com covid-19. O país teme a repetição do que aconteceu entre março e junho nas estruturas residenciais para idosos. O número de óbitos em lares da Suécia corresponde a quase metade dos óbitos do país por covid-19. A Suécia regista 6500 mortes por covid-19 e 225 560 casos confirmados, segundo o Worldometer. Em contraciclo com a maioria dos países europeus, a Suécia tem adotado desde o início medidas menos restritivas. Não forçou o confinamento nem tornou obrigatório o uso de máscaras.

No entanto, e embora tenha menos mortes do que Espanha, por exemplo, o país sofreu mais mortes do que os países vizinhos como a Noruega. Uma das razões será, precisamente, a forma como trataram a pandemia nos lares de idosos - sem os controlos adequados. E já estão a ser tomadas medidas mais fortes do que na primavera, como, por exemplo, ajuntamentos limitados a oito pessoas (DN-Lisboa)

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