terça-feira, dezembro 22, 2020

Nota: O pós-pandemia vai deixar muitas tascas e tasquinhas fechadas para sempre

 Um dos problemas de Portugal tem a ver com o facto de terem andado anos a fechar nas nossas cidades as lojas do chamado comércio tradicional para abrirem, em vez delas, tascas e tasquinhas, umas ao lado ou à frente das outras, muitas delas sem condições, de higiene, de segurança e de espaço, negócios esses quase todos indevidamente catalogados de "restaurantes". Agora, sem clientes, o problema ficou evidente. O descontrolo foi demasiado em grande medida porque as autarquias cediam a certos caprichos aventureiristas de investidores privados, preocupando-se mais com as taxas a cobrar e os lucros a obter, do que, sem generalizar mas consciente da realidade indesmentível, com a precariedade existente no sector, com a lógica empresarial, com a qualidade da oferta, com os salários baixos, com a exploração por via de horários de trabalho,  ou seja, com a viabilidade económica de muitas dessas tascas e tasquinhas, agora numa situação de crise mais acentuada, da qual muitas delas nunca mais sairão, e elas sabem isso melhor do que ninguém. Porque vai haver uma selecção, a pandemias não deixa tudo como era antes. O que era mau vai cair de podre.  E porque a mentalidade das pessoas, com ou sem vacina, mudou com a pandemia. E sabemos que muitos desses negócios não têm recursos nem espaço, físico e económico, para mudaram seja o que for. Aliás, muitos desses espaços já estavam em crise (disfarçada) dois ou três meses antes da pandemia, estavam com dificuldades devido à queda da procura. E falo sobretudo da tais tascas e tasquinhas que viviam viradas para turistas, que nem queriam saber dos clientes nacionais, mas que agora "rastejam" submissas a pedir apoios aos...nacionais que antes rejeitavam e queriam ver bem longe. A vida tem destas coisas... (LFM)

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