sábado, dezembro 19, 2020

Sondagem Expresso-SIC: Governo recupera, economia de mal a pior

 


Sondagem realizada pelo ISCTE e ICS para Expresso e SIC revela que portugueses só se dividem quanto ao grau do estrago causado pela pandemia na economia nacional.

Há uma quase unanimidade entre os portugueses - e essa unanimidade é sobre o estado da economia. De acordo com a sondagem realizada pelo ISCTE/ICS para o Expresso e SIC, a dúvida só está no grau dos estragos já causados pela crise pandémica: é que são 36% os inquiridos que respondem que a economia “piorou muito” e 44% o que defendem que, apenas, “piorou”.

Hoje, são apenas 6% os que consideram que a economia nacional melhorou no último ano. A esmagadora maioria – 80% – está assim pessimista. Todavia, a julgar pelas opiniões recolhidas, a culpa não é do Governo. Esse tem feito um bom trabalho para quase metade dos inquiridos - e até recupera ligeiramente na avaliação face aos resultados de outubro.

Assim, se apenas 2% consideram o trabalho do executivo liderado por António Costa “muito bom”, são 49% os que se dão por satisfeitos. A soma dos políticos mostra uma ligeira subida de dois pontos percentuais, o suficiente para inverter a queda abruta registada de fevereiro para setembro, depois do eclodir da pandemia. Hoje, são 11% os portugueses que consideram “muito mau” o trabalho do governo socialista, e 31% os que o classificam como negativo.

Sem surpresa, entre os que dão nota positiva ao Governo a esmagadora maioria (75%) assume a proximidade ao PS. Mas ainda há 40% de simpatizantes do PSD a dar-lhe boa nota, ligeiramente abaixo dos 45% que dizem não ter qualquer simpatia partidária. Outro dos fatores ilustrativos de quem são os maiores defensores da atuação governativa em época de pandemia: 57% têm educação superior, 56% dizem-se de esquerda e quanto maior a idade, maior o apoio – acima dos 65 anos, 61%, entre os 45 e 64 são 51% os que dão como satisfatório o trabalho de António Costa.

Ficha técnica

Sondagem com trabalho de campo decorrido entre os dias 11 e 25 de novembro de 2020. Foi coordenada por uma equipa do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa (ICS-ULisboa) e do ISCTE — Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL), tendo o trabalho de campo sido realizado pela GfK Metris. O universo da sondagem é constituído pelos indivíduos, de ambos os sexos, com idade igual ou superior a 18 anos e capacidade eleitoral ativa, residentes em Portugal Continental. Os respondentes foram selecionados através do método de quotas, com base numa matriz que cruza as variáveis sexo, idade (4 grupos), instrução (3 grupos), região (NUTII) e habitat/dimensão dos agregados populacionais (5 grupos). A partir de uma matriz inicial de região e habitat, foram selecionados aleatoriamente 80 pontos de amostragem onde foram realizadas as entrevistas, de acordo com as quotas acima referidas. A informação foi recolhida através de entrevista direta e pessoal na residência dos inquiridos, em sistema CAPI, e a intenção de voto em eleições legislativas recolhida recorrendo a simulação de voto em urna. Foram contactados 2847 lares elegíveis (com membros do agregado pertencentes ao universo) e obtidas 802 entrevistas válidas (taxa de resposta de 28%). O trabalho de campo foi realizado por 37 entrevistadores, que receberam formação adequada às especificidades do estudo. Todos os resultados foram sujeitos a ponderação por pós-estratificação de acordo com a frequência de prática religiosa e a pertença a sindicatos ou associações profissionais dos cidadãos portugueses residentes no Continente com 18 ou mais anos, a partir dos dados da vaga mais recente do European Social Survey (Ronda 9). A margem de erro máxima associada a uma amostra aleatória simples de 802 inquiridos é de +/- 3,5%, com um nível de confiança de 95%. As percentagens são arredondadas à unidade, podendo a sua soma ser diferente de 100% (Expresso, texto dos jornalistas  David Dinis e Filipe Garcia)

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