segunda-feira, dezembro 28, 2020

Sondagem: Há cada vez mais portugueses a sonhar com a imunização

 


Cerca de 62% dos inquiridos querem tomar a vacina para a covid-19 logo que seja possível. Confiança é maior no SNS que no Governo. Há cada vez mais portugueses dispostos a tomar a vacina para a covid-19. Num mês, a percentagem de pessoas que manifestou essa vontade subiu 8% e continuam a ser os idosos e a população do Norte, região do país onde o número de infeções é superior, a expressar maior disponibilidade ao barómetro da Aximage para o JN, TSF e DN.

Se, no barómetro de novembro, 54% dos inquiridos davam conta da intenção de tomar a vacina, assim que estivesse disponível, já em dezembro essa ambição é assinalada por 62%. A vontade é maioritária em todas as regiões, com especial relevância no Norte: passou de 63% em novembro para 71% neste mês. O interesse pela vacina está a agigantar-se com o aproximar do momento em que arrancará a imunização da população prioritária. Sendo voluntária, os idosos são aqueles que demonstram maior vontade: 73% querem ser vacinados de imediato. Há um mês, eram 69%.

O segundo grupo etário que também anseia pela imunização é o dos portugueses entre 50 e 64 anos: 65% só esperam pela chamada do Serviço Nacional de Saúde (SNS). Em comparação com os resultados do barómetro do mês passado, continua a verificar-se um maior interesse entre os homens (67%) do que entre as mulheres (57%).

Pouco otimistas

Cerca de 23% dos inquiridos (em novembro eram 31%) ainda desconfiam da vacina. Destes, quase metade teme os efeitos secundários. São os mais velhos e os residentes nas áreas metropolitanas do Porto e de Lisboa que expressam maior receio.

Mais de um terço (36%) considera que a imunização não será eficaz (os jovens dos 18 aos 34 anos são o grupo etário que mais duvida da eficácia) e 5% não acreditam em vacinas. Olhando para as regiões, essa descrença é ligeiramente superior (7%) no Sul e nos arquipélagos da Madeira e dos Açores.

Apesar de ser dado hoje o pontapé de saída no plano de vacinação, grande parte dos inquiridos está convencida de que o regresso à normalidade não será para breve: 37% estão convictos de que poderá acontecer dentro de um ano, para o final de 2021. Porém, 23% são mais pessimistas e atiram o retorno à normalidade para daqui a dois anos ou mais.

Esse pessimismo é maior entre os inquiridos da Região Centro (31%) e entre as pessoas de 35 a 49 anos (29%). Cerca de 17% defendem que será possível deixar as máscaras e voltar ao convívio mais alargado com familiares e amigos dentro de seis meses. Esta convicção predomina entre os idosos e os mais jovens e, em particular, no Norte.


Os portugueses manifestam uma maior confiança no SNS do que no Governo para levar a bom porto o plano de vacinação no território nacional. Uma larga maioria (60%) confia que as unidades de saúde públicas serão capazes de implementar o programa. Entre os utentes com mais de 65 anos, essa confiança dispara para os 71%. Questionados sobre se confiam no Governo para cumprir essa tarefa, apenas 38% dizem sim.

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Socialistas confiam

Mais de um terço (38%) confia que o Governo será capaz de concretizar o plano de vacinação, mas 33% estão descrentes. A confiança é maior entre os inquiridos que votaram PS e PCP nas últimas legislativas. Entre os eleitores sociais-democratas, do BE e do CDS/PP, a expectativa é muito mais baixa.

Melhor no Centro

O nível de confiança na capacidade de concretização do Governo é mais baixo na Região Norte (30%) e superior no Centro (43%). O grupo etário que mais confia é os idosos (53%).

Desconfiança no SNS

O barómetro da Aximage para o JN e a TSF revela que os portugueses têm bastante confiança na capacidade de implementação do plano de vacinação pelo SNS. Apenas 18% expressam desconfiança (JN, texto da jornalista Carla Sofia Luz)

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