Cerca de 62% dos inquiridos querem tomar a vacina para a covid-19 logo que seja possível. Confiança é maior no SNS que no Governo. Há cada vez mais portugueses dispostos a tomar a vacina para a covid-19. Num mês, a percentagem de pessoas que manifestou essa vontade subiu 8% e continuam a ser os idosos e a população do Norte, região do país onde o número de infeções é superior, a expressar maior disponibilidade ao barómetro da Aximage para o JN, TSF e DN.
Se, no barómetro de novembro, 54%
dos inquiridos davam conta da intenção de tomar a vacina, assim que estivesse
disponível, já em dezembro essa ambição é assinalada por 62%. A vontade é
maioritária em todas as regiões, com especial relevância no Norte: passou de
63% em novembro para 71% neste mês. O interesse pela vacina está a agigantar-se
com o aproximar do momento em que arrancará a imunização da população
prioritária. Sendo voluntária, os idosos são aqueles que demonstram maior
vontade: 73% querem ser vacinados de imediato. Há um mês, eram 69%.
O segundo grupo etário que também anseia pela imunização é o dos portugueses entre 50 e 64 anos: 65% só esperam pela chamada do Serviço Nacional de Saúde (SNS). Em comparação com os resultados do barómetro do mês passado, continua a verificar-se um maior interesse entre os homens (67%) do que entre as mulheres (57%).
Pouco otimistas
Cerca de 23% dos inquiridos (em
novembro eram 31%) ainda desconfiam da vacina. Destes, quase metade teme os
efeitos secundários. São os mais velhos e os residentes nas áreas
metropolitanas do Porto e de Lisboa que expressam maior receio.
Mais de um terço (36%) considera
que a imunização não será eficaz (os jovens dos 18 aos 34 anos são o grupo
etário que mais duvida da eficácia) e 5% não acreditam em vacinas. Olhando para
as regiões, essa descrença é ligeiramente superior (7%) no Sul e nos
arquipélagos da Madeira e dos Açores.
Apesar de ser dado hoje o pontapé
de saída no plano de vacinação, grande parte dos inquiridos está convencida de
que o regresso à normalidade não será para breve: 37% estão convictos de que
poderá acontecer dentro de um ano, para o final de 2021. Porém, 23% são mais
pessimistas e atiram o retorno à normalidade para daqui a dois anos ou mais.
Esse pessimismo é maior entre os
inquiridos da Região Centro (31%) e entre as pessoas de 35 a 49 anos (29%).
Cerca de 17% defendem que será possível deixar as máscaras e voltar ao convívio
mais alargado com familiares e amigos dentro de seis meses. Esta convicção
predomina entre os idosos e os mais jovens e, em particular, no Norte.
Os portugueses manifestam uma maior confiança no SNS do que no Governo para levar a bom porto o plano de vacinação no território nacional. Uma larga maioria (60%) confia que as unidades de saúde públicas serão capazes de implementar o programa. Entre os utentes com mais de 65 anos, essa confiança dispara para os 71%. Questionados sobre se confiam no Governo para cumprir essa tarefa, apenas 38% dizem sim.
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Socialistas confiam
Mais de um terço (38%) confia que
o Governo será capaz de concretizar o plano de vacinação, mas 33% estão
descrentes. A confiança é maior entre os inquiridos que votaram PS e PCP nas
últimas legislativas. Entre os eleitores sociais-democratas, do BE e do CDS/PP,
a expectativa é muito mais baixa.
Melhor no Centro
O nível de confiança na
capacidade de concretização do Governo é mais baixo na Região Norte (30%) e
superior no Centro (43%). O grupo etário que mais confia é os idosos (53%).
Desconfiança no SNS
O barómetro da Aximage para o JN
e a TSF revela que os portugueses têm bastante confiança na capacidade de
implementação do plano de vacinação pelo SNS. Apenas 18% expressam desconfiança
(JN, texto da jornalista Carla Sofia Luz)
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