sábado, dezembro 19, 2020

Sondagem: Portugueses consideram restrições e apoio ao SNS “insuficientes”

 


A maioria dos portugueses considera “insuficientes” as medidas tomadas pelo Governo para limitar o contágio por covid-19, mostra a sondagem feita pelo ISCTE e ICS para o Expresso e SIC. São 45% os inquiridos que respondem assim, nove pontos acima do que aqueles que consideram “no ponto certo” o quadro de medidas em vigor — com apenas 13% a classificá-las como “excessivas”. De 15 em 15 dias, nas sucessivas renovações do estado de emergência, o primeiro-ministro tem vincado a mensagem de que é preciso manter um equilíbrio difícil: aplicar medidas restritivas para travar a expansão do vírus, mas manter a economia a funcionar, tanto quanto possível, para evitar uma crise económica e social ainda maior.

DIREITA MAIS CÉTICA

A avaliar pelas respostas ao inquérito, são sobretudo os eleitores que se posicionam “à direita” no espaço político que julgam ser necessário puxar o travão de mão: é nesse espaço político que se encontra a maioria das respostas, 54% face a 40% dos eleitores mais à esquerda. A diferença é ainda mais notória nos simpatizantes do PSD: 58% contra 35% apenas de “insuficientes” vindos de apoiantes do PS. Recorde-se que o partido de Rui Rio, o único que mantém voto favorável ao estado de emergência, pediu ao Governo “coragem” para aumentar as restrições à circulação no Ano Novo.


A confiança em Costa na gestão da pandemia caiu 4%, mas o primeiro-ministro continua em terreno positivo A divisão ideológica ou partidária, mesmo assim, não é tão notória na outra pergunta feita neste inquérito, relativamente às medidas tomadas para reforçar a capacidade de resposta do SNS. Neste ponto, o consenso de que estas têm sido “insuficientes” é ainda mais evidente: são 57% dos portugueses que assim o julgam, face a 31% que admitem ser as medidas adequadas (e apenas 6% que as julgam “excessivas”). Sendo a ideia de uma insuficiência de meios do SNS maioritária à direita (66% destes eleitores, 65% entre simpatizantes do PSD), ela é também muito alta entre eleitores que se posicionam à esquerda (49%) e até entre eleitores do PS (44%).

Em qualquer uma das duas perguntas — sobre suficiência de medidas quer para travar a pandemia quer para reforçar a resposta do SNS, a perspetiva de que as medidas tomadas são insuficientes é mais notória entre os eleitores mais novos. Os eleitores acima de 65 anos são os que menos consideram curtas as medidas restritivas (37%) e também os que menos se queixam de apoio reduzido ao SNS (48%).

DGS JÁ COM NOTA NEGATIVA

Apesar de tudo isto, António Costa mantém — nove meses depois do eclodir da pandemia — nota positiva dos portugueses relativamente à forma como tem respondido à pandemia: de outubro para dezembro, o grau de confiança no primeiro-ministro cai ligeiramente, de 55% para 51%, mostrando uma subida das respostas negativas, de 44% para 47% (quando eram de 71% em maio, em pleno confinamento). A margem de confiança está, agora, apenas ligeiramente acima da margem de erro — é de 4 pontos percentuais.


O mesmo, porém, não se pode dizer sobre a DGS. A instituição liderada por Graça Freitas (atualmente infetada com covid-19, pelo que afastada das habituais conferências de imprensa) volta a cair, agora para terreno negativo: são 48% os que ainda mantêm confiança na sua resposta à pandemia, contra 51% que se mostram pouco ou nada confiantes. Em maio, as respostas positivas eram de 71%.

Ao contrário, os portugueses mostram-se mais confiantes na resposta do Presidente da República: Marcelo recupera dos 61% para os 66% — dois terços dos portugueses. Fica, assim, dez pontos acima de António Costa, ainda que longe dos 74% que merecia durante a primeira vaga da pandemia (Expresso)

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