sexta-feira, novembro 29, 2019

Nota: a validade efémera dos prémios que são um ponto de partida, nunca de chegada

Eu continuo a afirmar que estes prémios - que resultam da votação popular nas redes sociais (e não escondo que Cristiano Ronaldo tem tido uma decisiva influência nos resultados) e alguns operadores do sector - são apenas importantes contributos para a promoção do destino. Contudo, e no caso concreto da Madeira, é mais do que evidente que apesar de todos os prémios anteriores, estamos a atravessar aquilo que poderá ser uma crise no crescimento de entradas de turistas, fenómeno que é nacional e não só, e que as estatísticas indiciam isso mesmo. Acresce que a falência de alguns operadores aéreos teve um enorme impacto nas entradas de turistas, pelo que o essencial, mais do que adormecer à sombra da alegada amplitude influenciadora dada a estes prémios, é promover bem este destino (e registo com agrado o reforço das verbas para a promoção anunciado por Miguel Albuquerque) e continuar a debater internamente as mudanças que temos que fazer para que o nosso produto, aquele produto que oferecemos a quem nos visita, seja cada vez mais qualitativamente atraente e diferente da concorrência naquilo que for possível. Lembro, por exemplo que, segundo as estatísticas oficiais da SR Turismo, considerando as entradas de turistas entre Janeiro e Agosto de 2019, comparativamente a valores de 2018, temos os seguintes indicadores que provavelmente, penso eu que não sou especialista na matéria, indiciam a necessidade de uma mudança de prioridades em termos de promoção no que a alguns mercados diz respeito:
  • Alemanha, -6,8% de entradas
  • Portugal, +9,3%
  • Bélgica, -1,6%
  • Espanha, -2,2%
  • Dinamarca, +5,6%
  • Finlândia, -5,7%
  • França, -5.0%
  • Itália, -25,9%
  • Luxemburgo, -11,2%
  • Polónia, +9,6%
  • Reino Unido, -8,2%
  • Rep. Checa, +10,8%
  • Suécia, +19,2%
  • Noruega, +3,6%
  • Rússia, -2,5%
  • Brasil, +14,5%
  • Canadá, +21,2%
  • EUA, +9,4%
Por isso os prémios são, para mim - que não os desvalorizo nem os ridicularizo como infelizmente alguns fazem, a começar pela RAM... - uma realidade com uma validade efémera e que representam essencialmente um ponto de partida e não um ponto de chegada que abra portas a acomodamentos ou falsos convencimentos de que tudo está feito. (LFM)

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