A duas semanas de aprovar um orçamento com boas notícias para os portugueses, os números do barómetro da Aximage não sorriem a António Costa. A avaliação feita ao trabalho do primeiro-ministro é a mais baixa desde que se formou esta maioria parlamentar. A mudança foi rápida e algo surpreendente. A avaliação que os portugueses fazem do primeiro-ministro encontra-se no nível mais baixo desde que foi formada a maioria de esquerda no Parlamento. Segundo o barómetro da Aximage, feito para o Negócios e Correio da Manhã, o índice de avaliação de António Costa caiu em Novembro pelo terceiro mês consecutivo, para 10,6 (em 20 valores), quando em Abril estava em 13,7.
A avaliação de António Costa chegou a superar os 15 valores em 2017, atingindo um máximo de 15,6 em Junho, caindo pouco depois, na sequência dos trágicos incêndios desse Verão. Mas mesmo aí, a avaliação feita pelos portugueses não desceu tanto como agora.
O mau desempenho de António Costa fez com que perdesse o primeiro lugar para a líder do Bloco de Esquerda. Com 11,1 valores, Catarina Martins é agora a líder partidária mais bem avaliada pelos portugueses e o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, com 10,4 valores, está muito próximo de ultrapassar o líder do PS. Resta saber se a subida acentuada da avaliação dos líderes dos dois partidos que seguram o governo socialista registada em Novembro se manterá ou não.
Mas há mais motivos de preocupação para António Costa e para o PS. As expectativas em torno do Governo estão a cair há sete meses consecutivos e estão nos níveis mais baixos desde Abril de 2016. Segundo o barómetro da Aximage, o índice de expectativas sobre o Governo está agora em 34 (em 100 pontos), metade do que se verificava em Junho de 2017.
Outro indicador de que as coisas não estão a correr bem a António Costa diz respeito à confiança que suscita aos portugueses. Questionados sobre quem lhes merece mais confiança para chefiar o Governo, António Costa ou Rui Rio, apenas 53% escolhem o actual primeiro-ministro. A queda tem sido sustentada ao longo deste ano e está, neste momento, no valor mais baixo desde Abril de 2016.
E isto não acontece pelo bom desempenho do líder da oposição, já que só 30,3% apontam Rio como suscitando mais confiança para o cargo de primeiro-ministro. Já os portugueses que declaram que nenhum dos dois tem a sua confiança para liderar o Governo duplicou em meio ano estando agora em 15%.
Finalmente, as intenções de voto. O PS voltou a cair em Novembro, para 37,8%, menos dois pontos do que há dois meses e o mais baixo desde Junho deste ano. Em Julho de 2017, havia 44% de portugueses a intencionar votar nos socialistas.
Quanto ao PSD, recuperou em Novembro da queda dos dois meses anteriores, estando agora com 26,4%. Quanto ao Bloco de Esquerda, mantém-se nos 9,1%, ainda assim abaixo dos níveis registados antes do caso Robles, enquanto o PCP sofre uma quebra para 6,2%. Já o CDS recua de forma significativa para os 7,7%, regressando aos níveis que tinha antes do Verão (Jornal de Negócios, texto do jornalista Manuel Esteves, com a devida vénia)
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