Gostaria
que a conferência sobre o futuro da educação na Madeira – acharia absurdo que
perdessem tempo a falar do passado quando neste momento o mais importante é perceber
e antecipar o futuro – que esta semana terá lugar no Funchal me ajudasse a encontrar
uma explicação para o facto dos partidos no parlamento regional, sobretudo os
da oposição - sempre céleres a pedir debates e a tomar iniciativas regimentais
sobre qualquer tema que aparece nos jornais ou nos noticiários das rádios e televisão
- na perspectiva de que isso lhes propicie espaço mediático e alguns votinhos,
tenham ignorado o “Estudo sobre os impactos da evolução demográfica da
população residente na RAM na área da educação” realizado pelo Tribunal de
Contas.
Não creio
que o facto das conclusões do estudo não terem agradado aos sindicatos e que os
partidos da oposição, pelo menos alguns deles, terem uma forte presença docente
entre os seus deputados, sejam motivos, conjugados ambos, mais do que suficientes
para que - e posso estar a cometer um erro por desconhecimento, o que seria
estranho por todos divulgam tudo o que fazem ou dizem… - nenhum debate
parlamentar tenha sido requerido sobre este tema da educação, com a presença do
titular governativo pela área da educação.
Tal como
recuso aceitar, por seria desonesto, que o Tribunal de Contas, mais do que desvalorizado
na sua competência e na sua liberdade de realizar os estudos que entender por
úteis, passe de uma entidade respeitável e competente, na qual todos falam com
regularidade, para uma instituição diabolizada só porque as conclusões do estudo
e a constatação de evidências que têm sido ocultadas deliberadamente pelos
protagonistas do sector, não lhes tenha agradado. Cheguei a ouvir um douto sindicato local assegurar, à falta de argumentos consistentes e sérios, que o estudo do Tribunal de Contas tinha sido uma espécie de encomenda, um frete ao Governo Regional.
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