segunda-feira, novembro 19, 2018

RTP: se o problema do "Prós e Contra" são as audiências não vejo o problema

Ciclicamente aparecem notícias sobre o tema. Vai acabar? Não vai acabar? Vai ter mais algum tempo de vida? Mas pelos vistos ninguém tem a dignidade de discutir os factos e de colocar em cima da mesa os verdadeiros problemas que impedem que um bom programa de debate - mesmo que muitas vezes maçador  e com demasiados intervenientes, o que explica a perda de audiências - tenha o seu espaço próprio. E não me venham com a treta do "serviço público" porque em televisão isso não pode ser a artimanha para justificar seja o que for, sobretudo o que não tem justificação nenhuma. Serviço público, ainda por cima na televisão, exige responsabilidades, porque a pressão da concorrência é cada vez maior e desesperada e a RTP já é financiada anualmente pelo estado (e pelas pessoas) em quase 250 milhões de euros. E bem!
O problema, pelo que dizem, prende-se com a queda de audiências, bastante acentuada, contrastando com os custos da sua realização. Ou seja se televisão e as grelhas televisivas exigem pragmatismo e a percepção da resposta em termos de audiências, não entendo a polémica. Aliás, duvido muito que a RTP e este programa tenham por objectivo combater, na noite de segunda-feira, as privadas com programas dedicados ao desporto e ao balanço da jornada, sempre com muita especulação à mistura. Esqueçam! Não será o Prós e Contras e inverter essa tendência em termos de audiências televisivas.
Nota final: sou adepto incondicional do serviço público de televisão, não me repugna nada que o estado tenha meios de comunicação social, tenho medo, diria um pavor crescente, quando a comunicação social sustenta que só é verdadeiramente livre quando privatizada e dominada por grupos empresariais, sobretudo empresas e financeiros, que têm os seus interesses e usam os média que possuem para lutarem pelos seus interesses e manipularem, mais ou menos discretamente. Liberdade de imprensa é isso? Talvez isso explique a profunda (e escondida) crise que aos poucos vai matando o sector privado da comunicação social em Portugal sobre a qual ninguém fala porque não interessa falar de crise de receitas, de precariedade, de deontologia aturada para o lixo, do primado do vale tudo em nome das vendas ou audiências, etc (LFM)

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