Li no Publico, num texto da jornalista MARIA JOÃO
GUIMARÃES que “o Parlamento sueco recusou a proposta de Orçamento do Estado do
primeiro-ministro, Stefan Lofven, com os deputados da extrema-direita a
apoiarem a proposta da oposição e assim forçar a demissão do Governo. Lofven,
que tinha dito que se demitiria caso a proposta não fosse aprovada, já anunciou
novas eleições para 22 de Março. O Governo social-democrata estava no poder há
apenas dois meses. O Orçamento da oposição teve a aprovação de 182 deputados
contra 153 para o projecto do Governo. Até agora, tanto o Governo como a
oposição têm recusado a negociar com a extrema-direita do partido Democratas
Suecos, que com 49 deputados em 349 é o terceiro partido político do país. “A
Suécia está refém do racismo”, considerava o diário Dagens Nyheter.
“Encarregamo-nos de fazer cair todo o Governo ou uma
proposta de orçamento que apoie um aumento de imigração”, comentou o presidente
interino dos Democratas Suecos, Mattias Karlsson, argumentado que no projecto
de orçamento da Suécia o acolhimento dos migrantes estava subfinanciado e que o
aumento do número de imigrantes que chegam ao país acabaria por levar a maiores
gastos. “É razoável falar connosco e ouvir o que os nossos 800 mil eleitores
pensam”, disse ainda Karlsson, citado pela agência AFP. O partido propõe
medidas duras em relação à imigração semelhantes às impostas pela vizinha
Dinamarca (onde foram aprovadas por influência do partido de extrema-direita
que impôs estas políticas em troca do seu apoio ao anterior executivo
minoritário no Parlamento). Uma das propostas dos Democratas da Suécia é
diminuir em 90% o número de pessoas a quem é concedido asilo. A Suécia é o país
da União Europeia com mais pedidos de asilo em relação à sua população, com
1960 pedidos por milhão de habitantes, segundo dados do Eurostat relativos ao
segundo trimestre de 2014. Em Setembro do ano passado, a Suécia garantiu
residência permanente a todos os sírios que chegassem ao país, o primeiro
Estado da União Europeia a tomar esta decisão de acolher os refugiados da
brutal guerra síria. “A decisão dos Democratas Suecos de votar contra qualquer
orçamento que não siga o que eles defendem cria uma paisagem política
totalmente nova”, comentou a ministra das Finanças, Magdalena Andersson, no
debate do Orçamento, cita a agência Reuters. “Muda fundamentalmente os
parâmetros de como o país pode ser governado”, disse"