Escreve o
Publico num texto da jornalista RITA
SIZA que “o presidente da Liga Norte, Matteo Salvini, encontrou uma forma
original para se afirmar como “a nova sensação” da política italiana e melhor
se distinguir do primeiro-ministro e seu adversário político, Matteo Renzi:
apareceer praticamente nu, na capa da revista Oggi. “Salvini desnudo”, confirma
o título, com uma remissão para a “entrevista exclusiva” e as “fotos incríveis”
no interior. Na capa da revista, Matteo Salvini aparece deitado numa cama,
envergando apenas uma gravata verde; nas páginas de dentro posa já
completamente nu, embora debaixo de um edredão branco, com olhar de galã. O
político de 41 anos confessa já ter recebido elogios e piropos no Facebook, mas
não é como um modelo de perfeição estética que se entende. “Como vê, sou um urso.
Mesmo a barba, que começou por preguiça”, confessa o político peludo. Logo no
início do artigo, Salvini afirma-se como “a alternativa a Renzi”. Os dois
Matteos, que saltaram para a ribalta política quase em simultâneo – um como
primeiro-ministro e presidente do Partido Democrático, e o outro como o novo
líder da Liga Norte, o partido por vezes descrito como de extrema-direita que
participou nos governos de Berlusconi – são apresentados como o rosto da
renovação e mudança geracional da política italiana: é, aparentemente, a única
coisa que têm em comum. Se Renzi pegou num Partido Democrático desmoralizado
pela instabilidade governativa após as eleições legislativas de Fevereiro de
2013, Salvini subiu à liderança da Liga do Norte quando o patriarca do partido
e líder histórico do movimento conservador italiano, Umberto Bossi, enfrentava
acusações judiciais no âmbito de um caso de corrupção e financiamento ilegal
que envolvia verbas públicas e dinheiros da Liga. A sua eleição, com 82% dos
votos, foi duplamente inédita: foi a primeira vez que o líder foi escolhido
numas primárias e não foi um dos fundadores do movimento. Com 41 anos, Matteo
Salvini é tão polémico quanto Bossi, mas tem um discurso muito diferente do seu
antecessor. Os tópicos centrais da sua intervenção política assentam na
oposição feroz ao euro e à União Europeia, e também contra a imigração – dois
temas que numa Itália que vive uma conjuntura de crise económica e de pressão
migratória se têm revelado enormemente populares. É também um dos aliados da
francesa Marine Le Pen, na tentativa de unir as forças de extrema-direita e
eurocépticas europeias. Ainda neste fim-de-semana este no congresso da Frente
Nacional, em Lyon. Nas sondagens, Salvini disparou para os píncaros, e é agora
o segundo político mais popular do país, atrás de Matteo Renzi. E no seu
primeiro grande teste eleitoral como líder partidário, numas eleições regionais
na Emilia-Romagna, um território tradicionalmente dominado pela esquerda,
alcançou o melhor resultado de sempre do seu partido: 20%. Na interpretação dos
analistas, o jovem líder conseguiu canalizar para a Liga do Norte o voto de
protesto contra a austeridade”