"No último ano, 20% provocaram lesões a si próprios para lidar com emoções negativas. Uso do preservativo cai a pique: só 70% disseram que usaram da última vez que tiveram relações, contra 90% há quatro anos. Dados de um grande inquérito à adolescência divulgado nesta sexta-feira. A grande maioria diz-se feliz. Mas há um número crescente de adolescentes que se queixam de sintomas que revelam mal-estar. Quase um em cada três diz que se sente deprimido mais do que uma vez por semana. Eram 13% em 2010. Perto de um em cada quatro diz sentir medo frequentemente. Três vezes mais do que há quatro anos. E um em cada cinco alunos do 8.º e 10.º anos magoou a si próprio nos últimos 12 meses, de propósito, sobretudo cortando-se nos braços, nas pernas, na barriga... Contaram que se sentiam “tristes”, “fartos”, “desiludidos” quando o fizeram. Em relação ao último grande retrato que tinha sido feito dos adolescentes portugueses, há quatro anos, é um aumento de quase cinco pontos percentuais do grupo dos que fazem mal a si próprios. Foram inquiridos desta vez 6026 alunos do 6.º, 8.º e 10.º anos, de Portugal continental, com idades entre os 10 e os 20 anos (a média de idades é 14 anos). A amostra aleatória estratificada por região é representativa destes anos de escolaridade. Chama-se A Saúde dos Adolescentes Portugueses e deverá integrar o grande retrato internacional da adolescência, conhecido por Health Behaviour in School-aged Children, da Organização Mundial de Saúde (OMS), que é repetido a cada quatro anos. A recolha de dados foi realizada através de um questionário online preenchido em contexto de sala de aula" (texto da jornalista do Público, ANDREIA SANCHES, com a devida vénia)