domingo, novembro 18, 2012

Público elege para Conselho de Redação cinco dos jornalistas despedidos

Li no Económico que "a redacção do jornal Público elegeu na quinta-feira cinco dos jornalistas despedidos em Outubro para formar o novo Conselho de Redacção. A redacção do jornal Público elegeu na quinta-feira cinco dos jornalistas despedidos em Outubro para formar o novo Conselho de Redacção (CR), disseram à Lusa jornalistas daquele diário. A eleição surge depois de os anteriores elementos do Conselho de Redacção terem apresentado a demissão "em bloco" a 31 de Outubro, pelo facto de aquele órgão integrar jornalistas que a "direcção editorial entende que o Público pode dispensar e que foram incluídos no despedimento colectivo promovido pela administração": Bruno Prata (Porto), João D'Espiney, João Ramos de Almeida e Luís Francisco (Lisboa). A nova equipa passa a integrar Pedro Soares, Paulo Madeira, José Bento Amaro, Isabel Gorjão Santos e Luís Filipe Sebastião, todos abrangidos no despedimento de outubro, mas que só perderão formalmente o vínculo ao jornal a 15 de janeiro, 75 dias depois de terem sido informados da decisão, segundo prevê a lei. Até lá, farão parte do novo órgão na redação de Lisboa onde foram eleitos por 61 votantes num universo de 118, juntamente com Andreia Sanches, que não foi abrangida pelo despedimento. Na redação do Porto, Bruno Prata foi o único jornalista dispensado que foi eleito, mas para suplente. Como elementos permanentes ficam Álvaro Vieira, Inês Nadais e Mariana Oliveira, eleitos por 20 votantes num universo de 39 eleitores. Do universo total de eleitores, 36 trabalhadores já não votaram por terem sido abrangidos no despedimento coletivo. Não houve votos brancos nem nulos. Depois de 15 de janeiro, o CR tem dois caminhos: ou passa a ser composto por suplentes ou poderá ser alvo de uma impugnação, caso os trabalhadores não se sintam devidamente representados, podendo obrigar a nova eleição, explicaram as mesmas fontes. O novo CR substitui ainda Clara Viana, Luís Miguel Queirós, Ricardo Garcia e Rita Siza que integravam também o anterior órgão. Os elementos do Conselho de Redação do Público exercem mandatos de dois anos, mas só em 2012 este é o segundo pedido de demisão. O primeiro foi em maio depois de o CR ter denunciado alegadas ameaças do ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, sobre o jornal e uma jornalista do diário que acompanhava o caso das Secretas. Na altura, aquele órgão do diário justificou a decisão por considerar que nas circunstâncias de então era "mais útil e clarificador demitir-se e convocar eleições para dia 06 de junho". Contactada pela Lusa, a diretora do jornal Público, Bárbara Reis, não quis fazer comentários”.