Segundo o DN de Lisboa, num texto do jornalista Ricardo Simões Ferreira, "Artur Mas comprometeu-se hoje e ao seu partido a liderar o próximo Governo da Catalunha mas considerou necessária a "corresponsabilidade de outra ou outras forças" para lidar com a situação económica e com o processo de independência. "A consulta continua em pé. Tentarei levar a cabo a consulta nestas condições da política catalã. Não significa que o país tenha que renunciar às suas aspirações", disse Mas, em declarações em Barcelona. "A soma das forças que estão a favor do direito de decidir sobre o seu futuro é indiscutível, muito maioritária no parlamento da Catalunha", recordou, comentando o resultado do voto de hoje, que deu a vitória ao seu partido, a Convergência e União (CiU). Mas destacou "a elevada participação, sem precedentes" no voto de hoje, considerando que "quando a mobilização nas ruas se transfere para a mobilização nas urnas é sempre positivo". E afirmou que, contados os votos, "não há governo alternativo que não passe pela CiU"."A CiU deve liderar este próximo governo porque não há alternativa além de nós para formar governo. Mas não podemos fazer-nos responsáveis únicos da governação do país", disse. Para Mas os resultados obrigam a "um período de reflexão geral na política catalã" que obriga a reconhecer que a CiU "deve avançar acompanhada, tanto para a dureza do que há a fazer na economia, como no que toca ao processo (de consulta) em si". O vencedor das eleições regionais referiu-se à consulta sobre o futuro da região, no final da sua intervenção em que afirmou não estar arrependido de ter antecipado as eleições, apesar do seu partido, a CiU, ter perdido apoio. "Ficamos longe da maioria absoluta. Tentamos dar a entender que para avançar no processo que a Catalunha deve seguir é preciso um governo forte, para liderar o processo. Por isso defendi a maioria excecional, como o momento excecional que se viverá", disse. Mas disse que o facto de até terem ficado aquém dos resultados de 2010 se deve tanto ao forte ajuste económico que o seu Governo levou a cabo como à questão do "direito a decidir" da "vontade de construir uma grande maioria na Catalunha, a favor de um Estado próprio". Perdeu votos, disse, mas a CiU "continua a ter um apoio muito importante, de mais de um milhão de votos, e que é "mais de duas vezes superior ao da segunda força mais votada". O líder da CiU disse ter cumprido com o seu compromisso de "dar a palavra ao povo" antes de avançar com "um nova etapa, sem precedentes, e transcendente" para o futuro da Catalunha."Não me arrependo desta decisão porque em todas as minhas intervenções e discursos disse que deveríamos passar a voz das ruas às urnas. Era uma decisão que se tinha que tomar, independente se beneficiou uns ou outros, a nível de país", considerou"