Barómetro i/Pitagórica: 70,2% dos portugueses rejeitam eleições antecipadas
Li no Jornal I, texto do jornaslista Luís Rosa, que "a acção do executivo PSD/CDS continua a merecer a rejeição da maioria, mas 70,2% dos inquiridos do barómetro i/Pitagórica preferem a estabilidade. A imagem de instabilidade e eleições antecipadas que marcaram a vida política da Grécia durante o cumprimento do primeiro acordo com a troika são rejeitadas pela maioria dos inquiridos do barómetro i/Pitagórica. A taxa de aprovação do governo de Passo Coelho continua a ser claramente negativa, mas os portugueses ainda não vêem a oposição como uma alternativa sólida à maioria PSD/CDS. O PCP e o Bloco de Esquerda têm sido os maiores defensores da demissão do governo e da realização imediata de eleições, mas esse cenário é claramente rejeitado pelos inquiridos: 70,2% discordam de tal proposta, enquanto 24,7 aceitam uma crise política como uma boa solução. Os maiores defensores da estabilidade governativa são os homens com 55 anos ou mais, pertencentes às classes sociais com maior poder económico, que votaram precisamente no PSD e no CDS-PP nas últimas legislativas. Apesar de defenderem a estabilidade, a maioria dos inquiridos continua muito descontente com a acção do governo. Oito em cada dez inquiridos desaprova a forma como o executivo está a governar, sendo as mulheres pertencentes à classe média baixa, entre os 18 e os 34 anos, os inquiridos mais insatisfeitos. A taxa de reprovação praticamente não se alterou face ao barómetro de Outubro. CDS sobe e esquerda mantém maioria absoluta. Tal desaprovação, contudo, reflecte-se de forma diferente na intenção de voto nos partidos da maioria. Enquanto que o PSD desce 3,1% em relação ao mês passado, ficando-se pelos 26,4%, já o CDS sobe 1,5%. Mesmo assim, o resultado conjunto dos partidos que suportam o governo não vai além dos 36,2% – longe dos 50,4% que obtiveram nas legislativas antecipadas de 2011. O PS de António José Seguro continua a subir, alcançando os 36,2% das preferências dos inquiridos – o que perfaz uma subida de 2,1% face a Outubro. Enquanto que a CDU e o Bloco de Esquerda têm uma subida ligeira. Somando as intenção de voto nos partidos de esquerda obtemos um valor de de 53,5% – valor três pontos superior ao do mês passado e mais do que suficiente para formar um governo com maioria absoluta. Tendo em conta o debate sobre coligações à esquerda que tem vindo a ser feito, é um valor a reter. Todos estes resultados de indicação de voto dos inquiridos que foram alvo de tratamento de abstenção (que se situa entre os 40,8% e os 49,8%) e de distribuição de indecisos (que atingem os 30,6%) por parte da Pitagórica. Os indecisos são principalmente homens, indivíduos com idades entre 35 e 54 anos, pertencentes às classes sociais mais baixas (C2 e D). Em termos de voto directo, o PS atingiu a preferência de 25,5% dos inquiridos, enquanto o PSD ficou-se pelos 20,1%, o PCP pelos 8%, o CDS-PP pelos 8,6% e o Bloco de Esquerda pelos 4%. Neste contexto, o número de indecisos atingiu os 26,8% dos cidadãos ouvidos pela Pitagórica, tendo os votos em branco ou nulos atingido 7,1%. Posteriormente, a empresa de sondagens fez um tratamento de abstenção – onde foi avaliada a probabilidade de cada um dos inquiridos ir, de facto, votar – e distribuiu proporcionalmente os indecisos por cada um dos partidos"