segunda-feira, novembro 12, 2012

OCDE prevê que a Alemanha seja uma das principais vítimas da globalização

Li no site da RTP que “o atual grupo de nações desenvolvidas vai ter a sua importância económica muito diminuída nas próximas décadas e será a Alemanha quem mais vai perder com a globalização. A conclusão, consta de um estudo a longo prazo da Organização para a Cooperação Económica e Desenvolvimento apresentado esta sexta-feira em Paris. A OCDE prevê que em 2025 a China e a India juntas já ultrapassem o produto interno bruto do atual G7 no seu conjunto e em 2060 os dois colossos asiáticos dominem a economia mundial. Segundo o estudo, a China deverá ultrapassar os Estados Unidos já nos princípios de 2016 e tornar-se a primeira economia do globo. A OCDE estima que em 2060, o PIB combinado da China e da Índia vai equivaler a 46 por cento do produto interno bruto mundial, um aumento de 24 por cento relativamente a 2011. Nessa altura o Brasil e a Indonésia deverão ocupar as posições que se seguem à China e à India. Quem mais perde são os países industrializados “tradicionais” que verão a sua importância económica diminuir progressivamente nos próximos cinquenta anos.
Envelhecimento da população "pesa" sobre os países industrializados
Os 34 países membros da OCDE, que atualmente representam 65 por cento da produção industrial mundial, apenas devem representar 43 por cento em 2060, no caso. O estudo da Organização para a Cooperação Económica e Desenvolvimento estima uma taxa anual de crescimento na ordem dos três por cento. Entre os países desenvolvidos a Alemanha é o que mais deve perder, segundo a OCDE. O país deve passar de 5º para 10º lugar no ranking das economias mundiais, atrás mesmo da França. As razões para este “declínio” prendem-se em grande parte com o envelhecimento da população, já que países com populações em média mais jovens, como o Brasil não terão dificuldades e ultrapassar em crescimento os países europeus e o Japão que contam com maior envelhecimento populacional. No caso da Alemanha a OCDE estima que esse fator de envelhecimento populacional não poderá ser compensado pela imigração. “Esperamos que em 2060, a proporção de pessoas com mais de 65 anos quase duplique, relativamente ao grupo etário entre os 14 e os 64 anos, atingindo quase 60 por cento” . Neste cenário de longo prazo, que a OCDE admite estar sujeito a grandes incertezas, a fatia do PIB mundial que a Alemanha representa descerá dos atuais 4,8 por cento para dois por cento. Este decréscimo representa uma queda de 58 por cento, que é a maior entre os 42 países analisados, que incluem os 34 membros da OCDE e as oito maiores economias emergentes. O Japão, que também sofre do mesmo problema do envelhecimento populacional, terá uma queda equivalente a 52 por cento.
Gurria: "Um mundo fundamentalmente diferente" para os nossos filhos e netos
Neste contexto, a OCDE prevê que em 2060 a economia alemã cresça apenas 1,1 por cento anualmente, o que deixa o país no fundo da escala de crescimento acompanhado do Luxemburgo. Na apresentação do estudo o secretário-geral da OCDE, Angel Gurria resumiu numa frase as consequências que estes estes números deixam antever: “O mundo em que vão viver os nosso filhos e netos será fundamentalmente diferente do mundo atual” disse”.