segunda-feira, novembro 12, 2012

França pode terminar o ano em recessão

Segundo a RTP, “a economia francesa poderá chegar ao fim de 2012 em ligeira recessão, o que faz antever más novas para 2013 e põe em causa os objetivos do governo no que respeita ao défice público. O Banco de França publicou esta sexta-feira as suas primeiras estimativas do produto interno bruto para o quarto trimestre do ano, em que antecipa uma contração de 0,1 por cento idêntica, à das suas anteriores previsões para o 3º trimestre. Se as previsões do Banco de França se confirmarem, a economia francesa, que repousa sobre três trimestres consecutivos de crescimento nulo, terminará o ano em ligeira recessão quando até agora se pensava que se limitaria a estagnar. O Le Monde salienta que o anúncio simultâneo de uma quebra de 2,7 por cento na produção industrial e de uma forte revisão em baixa dos projetos de investimento das empresas para 2012 vieram confirmar o prognóstico do Banco de França para o final do ano.
"Estagnada mas não em recessão" diz o presidente do Banco de França
O governador do banco, Christian Noyer, disse que a economia francesa está “estagnada, num mundo em forte abrandamento” mas não se encontra ainda em recessão. O facto é que o último inquérito aos planos de investimento das empresas evidencia uma forte revisão em baixa dos objetivos para 2012, que de 5 por cento em julho passaram para apenas 1 por cento, o que representa um recuo no segundo semestre. Interrogados sobre os planos para 2013, os empresários franceses antecipam uma baixa de 2 por cento nos seus investimentos, o que significa que não abordam o próximo ano com confiança. Economistas ouvidos pelo Le Monde consideram possível que o plano de competitividade de 20 mil milhões de euros, anunciado recentemente pelo executivo francês, possa vir a ter um certo impacto positivo, apesar de as medidas só começarem a ser verdadeiramente implementadas em 2014.
Objetivos do défice em causa?
Alguns destes economistas dizem não entender como poderá ser atingida a previsão de crescimento de 0,8 por cento que o governo continua a manter no seu projeto de orçamento para 2013, e na qual se apoiam os objetivos de reduzir o défice publico de 4,4 por cento do PIB no final de 2012 para apenas 3% no fim de 2013. Da mesma forma que o FMI, também a Comissão Europeia estimou esta semana que o défice público francês se situará em 3,5 por cento do PIB no final de 2013, com base num crescimento de 0,4 por cento, mas o governador do Banco de França aconselhou o governo a manter o objetivo de 3 por cento, de forma a preservar a credibilidade do país nos mercados. “Se os investidores do mundo inteiro mudassem a forma como encaram a França, as nossas taxas de juro subiriam, e o Estado seria obrigado a fazer esforços ainda maiores” disse Chrisitian Noyer numa entrevista à imprensa francesa”.