Li no Sol que “o jornalista freelancer norte-americano Brandon Jourdan conseguiu captar algumas das melhores imagens de vários momentos-chave dos protestos que marcaram a greve geral de 14 de Novembro, incluindo a carga policial em frente ao Parlamento. Não é a única visão possível dos acontecimentos de 14 de Novembro – é só mais uma visão. Mas as imagens captadas por Jourdan ganham pela abrangência: mostram como um público heterogéneo que se manifestou durante o dia viu os seus protestos serem sequestrados por um grupo de jovens violentos. O filme de quase nove minutos publicado no site Vimeo mostra a evolução das manifestações que marcaram a greve geral. De tarde, a marcha dos sindicatos, dos cidadãos independentes. Aqui e ali, já alguns excessos: o vernáculo dos estivadores, a destruição de caixas multibanco. Mais tarde, a chegada a um Parlamento onde o contingente policial ia engrossando com o passar das horas. Depois do comício da CGTP, o derrube das barreiras de segurança e os primeiros enfrentamentos entre alguns manifestantes e a polícia. Depois, são minutos que resumem horas de arremesso de pedras e garrafas contra a polícia por parte de um grupo de jovens rapazes jovens. A queima simbólica de um cartaz marcava o início de uma nova fase do protesto. «Aqueles que fazem da revolução pacífica algo impossível farão com que a revolução violenta seja inevitável», lia-se. O dia dá lugar à noite. O acosso prossegue até ao momento da carga policial, que arrasta os que apedrejavam e os que apenas observavam. A partir do minuto 7:00 são visíveis os momentos mais negros da noite. Polícias nervosos, bastonadas distribuídas sem critério aparente, gritos, o incêndio de barricadas nas ruas de São Bento. Esta é uma primeira edição das imagens que Jourdan recolheu ao longo do dia. O repórter freelancer, que filmou a recente guerra no Líbano, as revoluções do Norte de África e protestos na Europa e nos Estados Unidos, promete publicar novos trechos nos próximos dias”.
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