segunda-feira, novembro 12, 2012

Jornalismo esbarra no corporativismo

Escreve o DN de Lisboa, num texto de Marina Marques e Sílvia Freches que “a melhor forma de obter a informação mais correta e atualizada sobre o ensino superior privado é o recurso às próprias instituições, certo? Pura ilusão. Esta foi a primeira conclusão a que chegámos neste trabalho. Contactadas por telefone, a cada uma das 58 entidades instituidoras de ensino privado foram enviados e-mails a explicar o trabalho e um conjunto de 22 questões que incluía perguntas tão simples como quantos alunos frequentavam a instituição e outras mais sensíveis como quantos alunos concluíram mais de 50% dos créditos do curso através do reconhecimento da experiência profissional. Seguiram-se inúmeros telefonemas, quase todos em vão. Até que o DN "se cruzou" com a explicação à quase total ausência de respostas: uma circular, de 20 de setembro, enviada com carácter "urgente" pelo secretário-geral da Associação Portuguesa de Ensino Superior Privado (APESP), Miguel Copetto, a todas as instituições. A circular solicitava "informação urgente sobre o recebimento" do questionário "de modo a a APESP poder tomar uma posição conjunta sobre o assunto". O cuidado era justificado pelo teor das perguntas, bem como das cautelas necessárias aos "trabalhos jornalísticos" sobre o ensino superior privado. Sete dias depois, a direção da APESP, "ponderando todas as variantes que a ausência de respostas, ou respostas provocatórias, poderiam causar", bem como entendendo "o sentido e alcance das perguntas, deliberou recomendar" uma resposta-tipo que, após essa data, recebemos de 13 instituições. "Sem ter bem presente os objetivos do trabalho que V. Exas. pretendem realizar, a [nome da instituição], antes de enviar qualquer resposta, manifesta a sua inteira disponibilidade para conceder uma entrevista presencial, de modo a, por um lado, conhecer o sentido e alcance de tal trabalho e, por outro lado, proporcionar à equipa do DN o conhecimento das instalações e meios de que a instituição dispõe", dizia a nota. O DN visitou 11 dessas instituições, não tendo conseguido voltar a chegar à fala com duas delas. Fica o agradecimento às que nos receberam e às oito que responderam por e-mail: Portucalense, Lusófona, Lusíada, ISP Gaya, Piaget, ISCIA , Instituto Superior D. Afonso III, Escola Universitária Vasco da Gama, Escola Superior de Enfermagem São Francisco das Misericórdias, Escola Superior de Saúde da Cruz Vermelha Portuguesa, ESAI, Escola Superior Artística do Porto, Instituto Superior de Saúde de Alto Ave, ISLA de Lisboa, ISGB, Instituto Superior de Educação e Trabalho, IPAM, Instituto de Estudos Superiores Financeiros e Fiscais, Escola Universitária das Artes de Coimbra e IADE. Última e breve referência ao silêncio do Ministério da Educação, que não esteve disponível para prestar esclarecimentos”.