terça-feira, novembro 13, 2012

Continua o escândalo nos EUA: Congresso exige explicações à CIA e ao FBI sobre quem sabia o quê no caso Petraeus

Segundo o Publico, n uym texto da jornalista  Rita Siza, “continua a desenrolar-se o novelo do escândalo conjugal que provocou a demissão do director da CIA e antigo comandante das tropas norte-americanas nas guerras do Iraque e do Afeganistão, David Petraeus. Hoje, os responsáveis da CIA e também do FBI - que descobriu a aventura do general com a sua biógrafa no âmbito de uma investigação a um alegado cibercrime - vão ao Congresso para explicar os contornos do caso, "transferindo" definitivamente o assunto para a arena política. É terreno potencialmente pantanoso, até porque antes das audiências já se soube que em Outubro, na recta final das eleições presidenciais, a liderança republicana do Congresso foi informada da existência de uma investigação a Petraeus por um funcionário do FBI, aparentemente insatisfeito com a decisão de encerrar o inquérito. As dúvidas sobre quem sabia o quê (e quando) sobre a investigação a Petraeus abriram a porta a uma série de teorias sobre o comportamento do FBI, da CIA, dos congressistas republicanos e de dirigentes da Administração Obama - e às motivações políticas de todos os intervenientes neste caso. O facto de o líder da bancada conservadora, Eric Cantor, ter sabido do caso antes dos comités de serviços secretos do Congresso - que a lei determina serem informados de todas as questões com implicações na segurança nacional - e em plena campanha eleitoral, veio alimentar as teses de uma eventual conspiração política. A teoria mais rebuscada que ontem começava a ganhar força relaciona a exposição do adultério de Petraeus com a iminência do seu depoimento no Congresso sobre o ataque terrorista ao consulado americano em Bengasi, na Líbia, a 11 de Setembro. Durante a campanha eleitoral, os republicanos tentaram insinuar a existência de uma "conspiração" governamental para desvalorizar o incidente e ilibar o Presidente de responsabilidades na morte do embaixador dos Estados Unidos, Chris Stevens. Entretanto, o "filme" do escândalo sexual ficou completo com a divulgação de que as ameaças da amante de Petraeus foram dirigidas a Jill Kelley, uma mulher de 37 anos que trabalha como voluntária para o Pentágono, e cuja principal função é organizar e supervisionar eventos sociais na base aérea de MacDill, na Florida. Essa é a base que alberga o Comando Central do Exército liderado por Petraeus entre 2008 e 2010. As notícias apresentavam Jill e o marido como amigos da família Petraeus. Kelley começou a receber emails anónimos em Maio: nessas mensagens era acusada de manter um relacionamento ilícito com um homem casado e aconselhada a "afastar-se e manter-se longe dele". O FBI abriu um inquérito por assédio e intimidação e notou uma potencial falha na segurança dos servidores do Pentágono, com implicações para a segurança do sistema. A busca pelo remetente das mensagens conduziu a Paula Broadwell, uma ex-operacional dos serviços secretos militares, investigadora da Universidade de Harvard e co-autora de uma biografia de David Petraeus publicada no início de 2012. A investigação descobriu então uma extensa troca de correspondência íntima entre Broadwell e o general, que tinha aberto uma conta no gmail sob pseudónimo para comunicar com a amante. De acordo com o FBI, nenhuma das mensagens de Petraeus continha segredos de Estado, mas os investigadores encontraram documentos classificados num computador apreendido a Broadwell, o que fez disparar o nível de "sensibilidade" do caso”.