Estradas da Portugal derrapagem de 1.110 milhões
Os custos de seis concessões adjudicadas pelas “Estradas de Portugal” apresentam uma derrapagem de 1.110 milhões de euros face às estimativas iniciais apresentadas pelo Governo. Estas seis concessões tinham um custo total projectado de 2.790 milhões, mas acabaram por se situar num custo final de 3.900 milhões de euros.
Túnel no Terreiro do Paço: derrapagem dá prémio
A cinco obras públicas que tiveram uma derrapagem total de 241 milhões de euros, houve espaço para atribuição de milhões de euros em prémios aos empreiteiros e projectistas pelo trabalho desenvolvido. Na construção do túnel do Terreiro do Paço, o desvio ao orçamentado foi de 29 milhões. Mesmo assim, os responsáveis públicos decidiram atribuir 16 milhões de euros ao empreiteiro responsável. Para além da derrapagem de 29 milhões, o atraso nos prazos de conclusão na obra do Terreiro do Paço foi de 2,8 anos, segundo o Tribunal de Contas. Na Casa da Música, com uma derrapagem de 62 milhões de euros e um atraso de 4,6 anos, houve margem para atribuir 10,4 milhões de euros ao empreiteiro "a título de gestão e coordenação". O TC referiu-se a estes prémios como "aspectos peculiares". No total, as cinco obras custaram aos contribuintes 726,4 milhões de euros quando o custo calculado era de 401 milhões de euros.
Empreitadas com maiores derrapagens
1. Casa da Música (Porto): 111 milhões de euros, mais 295,5% e mais quatro anos e seis meses de construção que o previsto. O Tribunal de Contas detectou ainda documentação "desorganizada e maltratada", com falhas que aquela entidade considera "graves".No relatório o TC reconhece não ter sido "possível localizar muitos dos documentos essenciais" para avaliar a obra e que mesmo os actuais responsáveis da Casa da Música desconhecem o destino de muitos papéis;
2. Ponte Rainha Santa Isabel (Coimbra): cerca de 450 milhões de euros, mais 128,9% e mais dois anos e seis meses de construção que o previsto.
3. Túnel Terreiro do Paço (Lisboa): cerca de 30 milhões de euros, mais 60,4% e mais dois anos e oito meses de construção que o previsto.
4. Aeroporto Sá Carneiro (Porto): cerca de 100 milhões de euros (relatório do TC), mais 32%% e mais quatro anos de construção que o previsto.
5. Túnel do Rossio (Lisboa): cerca de 8 milhões de euros, mais 25 % e mais um ano e quatro meses de construção que o previsto.
2. Ponte Rainha Santa Isabel (Coimbra): cerca de 450 milhões de euros, mais 128,9% e mais dois anos e seis meses de construção que o previsto.
3. Túnel Terreiro do Paço (Lisboa): cerca de 30 milhões de euros, mais 60,4% e mais dois anos e oito meses de construção que o previsto.
4. Aeroporto Sá Carneiro (Porto): cerca de 100 milhões de euros (relatório do TC), mais 32%% e mais quatro anos de construção que o previsto.
5. Túnel do Rossio (Lisboa): cerca de 8 milhões de euros, mais 25 % e mais um ano e quatro meses de construção que o previsto.
Euro 2004: derrapagem de 187 milhões
A construção dos estádios para o Campeonato Europeu de futebol de 2004, teve uma derrapagem na ordem dos 230%, mais 187 milhões de euros segundo o Tribunal de Contas.
Metropolitano de Lisboa: buraco de 31 milhões
O túnel do metropolitano que liga o Terreiro do Paço à nova estação de Santa Apolónia custou mais 31 milhões de euros do que o inicialmente orçamentado. A derrapagem financeira foi superior a 65%. Tudo somado, para um trajecto de dois quilómetros que estava orçamentado em 47 milhões de euros o Estado pagou 15 mil euros a mais por cada metro de traçado construído (a obra ficou por 78,4 milhões). O relatório do Tribunal de Contas é arrasador para a gestão do Metro de Lisboa e criticou a falta de rigor da informação disponibilizada pelo Metro, considerada “discrepante e sem coerência” em todos os valores apresentados.
Metro de Lisboa: o centímetro mais caro
O prolongamento da linha azul do Metro de Lisboa da Baixa até Santa Apolónia vai custar 299 milhões de euros, quase 30 euros a cada cidadão residente em Portugal. Face aos custos previstos, significa uma derrapagem de 134 milhões de euros. Tendo em conta que a linha acrescentada tem apenas 2.025 metros, o custo da obra ascende a quase 1.500 euros por cada centímetro da linha, o que torna o projecto do Terreiro do Paço um sério candidato ao centímetro mais caro do Mundo (fonte: meios de comunicação social nacionais)
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