segunda-feira, julho 18, 2022

Mais de 38 milhões de trabalhadores europeus sem dinheiro para férias

 

A proporção da população que não pode pagar férias aumentou em mais da metade dos estados-membros da União Europeia (UE) desde 2019, segundo estudo da Confederação Europeia dos Sindicatos. Mais de 38 milhões de trabalhadores na Europa não podem pagar uma semana de férias apesar de terem um emprego a tempo inteiro, segundo um estudo da Confederação Europeia dos Sindicatos (CES). “As férias não devem ser um luxo, pois são cruciais para garantir a saúde e o bem-estar dos trabalhadores”, disse a vice-secretária-geral da CES, Esther Lynch, num comunicado. De acordo com o estudo, a proporção da população que não pode pagar férias aumentou em mais da metade dos estados-membros da União Europeia (UE) desde 2019 e a proporção de trabalhadores sem essa capacidade financeira cresceu em 11 países.

“A UE e os governos nacionais têm a responsabilidade de proteger a negociação coletiva como a melhor maneira de garantir que os trabalhadores possam aproveitar a vida em vez de simplesmente sobreviver”, disse Lynch. Os números são baseados numa análise de dados oficiais do Eurostat, o gabinete de estatísticas da UE, realizada pelo European Trade Union Institute, um centro de pesquisa independente da CES. Os resultados indicam que a Roménia, com 47%, a Grécia, com 43,4%, a Lituânia, com 41%, e a Croácia, com 39,7%, eram os países com maior proporção de trabalhadores que não podiam pagar uma semana de férias em 2020. Os países com maiores aumentos percentuais, entre 2019 e 2020, de trabalhadores que não puderam viajar de férias por uma semana foram a Lituânia, com um aumento de 12,4%, a Bulgária, com 4,8%, e a Grécia, com 2,1%.

No que respeita aos valores totais, devido à elevada população, estima-se que Itália, com oito milhões, Espanha, com 4,6 milhões, e França, com 4,1 milhões, tivessem o maior número total de colaboradores que não puderam usufruir de uma semana de férias em 2020. A estes países seguiram-se a Roménia, com 3,9 milhões, e a Grécia, com 1,6 milhões de trabalhadores.

Segundo a CES, esses dados coincidiram com o aumento dos lucros das empresas europeias, o que significa que executivos e acionistas acumularam mais dinheiro, em detrimento dos trabalhadores europeus. “O aumento da desigualdade nas férias mostra que a economia europeia não está a funcionar para os trabalhadores”, acrescentou Lynch, no comunicado. “Sem um aumento salarial justo, empresários e políticos irão voltar das suas próprias férias de verão para enfrentar um outono de raiva, seguido de um inverno de descontentamento”, alertou (ECO digital)

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