sábado, maio 03, 2025

Sondagem: Luís Montenegro bate Pedro Nuno Santos por KO. Mas a honestidade é um problema

Quando faltam pouco mais de duas semanas para as eleições legislativas, Luís Montenegro bate Pedro Nuno Santos por KO num conjunto de atributos pessoais e políticos. É no facto de estar “mais bem preparado” que o líder da AD (58%) mais se destaca do socialista (28%), de acordo com a sondagem da Pitagórica para o JN, TSF e TVI/CNN. Onde mais se aproximam é na honestidade, sendo evidente a quebra do atual primeiro-ministro nesta matéria: 33% contra 30% para o aspirante à chefia do Governo. Talvez não surpreenda ninguém, mas registe-se que os portugueses não estão interessados numa viagem de um mês pelo mundo com nenhum deles. É o único caso, de uma lista de 13 opções, em que vence a resposta “nenhum” (44%).

É bem conhecida a razão pela qual estamos em campanha eleitoral. O caso Spinumviva, em que a empresa familiar e a ética de Luís Montenegro foram postas em causa, fez mossa, ao ponto de o primeiro-ministro ter preferido antecipar eleições a ser queimado em lume brando. Foi o próprio que o assumiu a Manuel Luís Goucha. E talvez isso explique que seja no capítulo da honestidade que revela maiores dificuldades. Neste atributo são apenas 33% (com destaque para os homens) a optar pelo líder do PSD, ainda assim à frente de Pedro Nuno Santos, que recolhe 30% (com destaque para as mulheres). Nota adicional: um em cada quatro portugueses acha que “nenhum” merece essa distinção.

Líder da AD mais inteligente, competente e trabalhador

Honestidade à parte, Montenegro bate Pedro Nuno de forma categórica. Se a política fosse um combate de boxe (e às vezes parece), seria caso para dizer que venceria por KO. Em particular em alguns atributos que podemos considerar fundamentais, quando o que está em causa é ser primeiro-ministro. O líder da AD (58%) está “mais bem preparado” dos que o socialista (28%), mas é também o “mais inteligente (50% contra 25%), o “mais competente” (53% contra 28%), o “mais trabalhador” (48% contra 24%), e o que faria melhor figura a “gerir uma crise nacional” (50% contra 30%).

Acresce que, em todos estes atributos, o atual primeiro-ministro não se limita a deixar o seu adversário a uma distância considerável (entre 20 e 30 pontos percentuais). Quando se averigua a malha fina, vence em todos os segmentos sociodemográficos em que se divide a amostra (género, faixa etária, classe social e região). A Pedro Nuno Santos resta um pequeno prémio de consolação: fica na frente entre os eleitores socialistas e nos que votam nos vários partidos mais à Esquerda. Ou seja, os mais fiéis e os ideologicamente mais próximos (ou pelo menos os mais afastados de Montenegro).

Socialista melhora entre os mais velhos e os lisboetas

Se excluirmos as inclinações partidárias dos inquiridos, são poucos os casos em que o líder socialista consegue bater o adversário social-democrata. Os mais velhos (65 ou mais anos) e os residentes na região de Lisboa preferiam ter Pedro Nuno Santos “como chefe no emprego”, a “organizar um evento de caridade” e também o consideram o “mais honesto” (neste último atributo, juntam-se as mulheres).

No caso de Luís Montenegro, são muitos os segmentos sociodemográficos em que faz o pleno, ou seja, em que vence, qualquer que seja a pergunta. Destacam-se em particular os portugueses que têm 55 a 64 anos (60% entendem que é o “mais competente”), ou os que têm 45 a 54 anos (64% dizem que é o “mais bem preparado”). Mas também os homens (são 54% os que acham que é o “mais trabalhador”) e os residente da Região Norte (50% preferia o líder como “chefe no emprego”).

Ficha técnica

Sondagem realizada pela Pitagórica para a TVI, CNN Portugal, TSF e JN, com o objetivo de avaliar a opinião dos portugueses sobre temas relacionados com a atualidade do país. O trabalho de campo decorreu entre os dias 14 e 21 de abril de 2025. A amostra foi recolhida de forma aleatória junto de eleitores portugueses recenseados e foi devidamente estratificada por género, idade e região. Foram realizadas 1751 tentativas de contacto, para alcançarmos 1000 entrevistas efetivas, pelo que a taxa de resposta foi de 57,11%. As 1000 entrevistas telefónicas recolhidas correspondem a uma margem de erro máxima de +/- 3,16% para um nível de confiança de 95,5%. A direção técnica do estudo é da responsabilidade de Rita Marques da Silva. A ficha técnica completa, bem como todos os resultados, foram depositados junto da ERC - Entidade Reguladora da Comunicação Social que os disponibilizará para consulta online (Jornal de Notícias, análise de Rafael Barbosa e gráficos de Inês Moura Pinto, em 30.04.2025)

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