sexta-feira, maio 16, 2025

Curiosidades: Sistema eleitoral reforça centralismo

Todos os partidos que, atualmente, estão representados na Assembleia da República, exceto os partidos fundadores da democracia (CDS, PCP, PSD e PS), entraram no Parlamento pelo círculo eleitoral de Lisboa. O facto de o círculo eleitoral de Lisboa eleger o maior número de deputados (48 em 230, atualmente, sendo que há círculos que elegem apenas 2), é a principal explicação para esta realidade. Em 1999, o Bloco de Esquerda chegou à Assembleia da República ao eleger dois deputados pelo círculo de Lisboa (Francisco Louça e Luís Fazenda). Em 2015, André Silva foi o primeiro deputado eleito pelo PAN, também pelo círculo de Lisboa. Em 2019, entraram mais três novos partidos para a Assembleia da República (Chega, Iniciativa Liberal e Livre), e todos eles elegeram um deputado em Lisboa (André Ventura, João Cotrim de Figueiredo e Joacine Katar Moreira, respetivamente).

Ao contrário dos partidos fundadores da democracia, que se estrearam com deputados eleitos por vários círculos ao longo do país, os partidos mais recentes só conseguiram representação porque tiveram concentração de votos suficiente em Lisboa. Em círculos mais pequenos, mesmo percentagens relevantes de votos raramente se traduzem em mandatos. Este padrão reforça o centralismo político e levanta questões sobre a representatividade e o equilíbrio territorial do sistema democrático português (fonte: Mais Liberdade, Mais Factos)

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