À procura de estabilidade, a maioria defende que quem vencer deve governar e que, se for necessária uma coligação, deve implicar acordo escrito, com uma participação no Governo e não apenas um acordo parlamentar. Negócios do primeiro-ministro não contam para influenciar o voto. A sondagem da Pitagórica para TSF, JN, TVI e CNN Portugal coloca no topo das preferências uma coligação que junte AD e Iniciativa Liberal, enquanto a eventual participação do Chega está entre as possibilidades menos apreciadas.
Mas da sondagem ressalta também o desejo de entendimento entre as duas maiores forças políticas, com quase 80% a considerarem que tal seria bom para o país (incluindo os respetivos eleitorados) e com mais de metade dos inquiridos (54%) a acreditarem que esse entendimento entre Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos será possível depois das eleições.
Cerca de dois terços dos inquiridos (65%) defendem que quem vencer deve governar. São sobretudo eleitores da AD e do Chega os mais interessados nesta ideia e entre quem diz votar no PS mais de metade concorda, embora também exista quem defenda que deve governar quem reunir o maior apoio no Parlamento.
Mais de metade dos inquiridos (56%) preferem que uma coligação implique que os partidos envolvidos estejam todos no Governo, enquanto 38% consideram suficiente um acordo de incidência parlamentar. Seja como for, a grande maioria (71%) querem que fique tudo escrito e não apenas no plano dos entendimentos verbais. Nesta sondagem, os inquiridos foram colocados perante onze cenários de coligação, no caso de não existir uma maioria absoluta e foi pedido que as classificassem por ordem de preferência.
No topo da tabela (20%) está uma coligação AD/Iniciativa Liberal, seguida por AD/PS (17%) e em terceiro uma coligação entre o PS e Livre (12%). Pelo contrário, entre as coligações menos desejadas estão aquelas que juntem AD, IL e Chega ou o PS e a esquerda.
Quando se pergunta quais são os fatores que mais podem influenciar na altura do voto, para 19% é a confiança transmitida pelo líder do partido, para outros 19% conta o programa eleitoral e 14% citam a capacidade de o líder conseguir apoios de outros depois das eleições. Pela sondagem, fica claro que os debates e as polémicas sobre os negócios do primeiro-ministro importam muito menos e ficam no fundo da tabela.
Ficha técnica
Sondagem realizada pela Pitagórica para a TSF, JN, TVI e CNN Portugal, com o objetivo de avaliar a opinião dos Portugueses sobre temas relacionados com a atualidade do país. O trabalho de campo decorreu entre os dias 14 e 21 de abril de 2025. A amostra foi recolhida de forma aleatória junto de eleitores Portugueses recenseados e foi devidamente estratificada por género, idade e região. Foram realizadas mil entrevistas efetivas, taxa de resposta de 57,11% e uma margem de erro máxima de +/- 3,16% para um nível de confiança de 95,5%. A direção técnica do estudo é da responsabilidade de Rita Marques da Silva (TSF, texto da jornalista Judith Menezes e Sousa, em 29.4.25)
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