Em 2019 e 2020, o Partido Socialista contratou uma agência para criar um ‘exército de bots’, treinados para parecer reais. Tudo isto com redes encriptadas e 40 mil euros do erário partidário. ‘O Projeto’. Era assim que era chamado o plano secreto de comunicação, traçado entre o Partido Socialista e a agência ADBD Communicare – extinta desde 2024 – que envolveu a criação de cerca de 300 perfis falsos nas redes sociais, no período entre 2019 e 2020. Na altura decorria a campanha para as eleições legislativas de 2019, na qual António Costa (PS) e Rui Rio (PSD) eram os principais protagonistas. As redes sociais já eram vistas como um terreno de batalha política e os socialistas apostaram a fundo num exército de bots para disseminação de mensagens favoráveis ao partido e na manipulação de resultados nas sondagens online.
«Foi-nos pedido que criássemos contas falsas nas redes sociais para fazer comentários de apoio ao PS e a António Costa e votar nas sondagens online dos debates televisivos a favor do partido», começa por contar Miguel Lopes, de 33 anos, um dos membros da equipa da agência de comunicação ADBD que participou no projeto. «Era tudo feito secretamente. Normalmente, íamos para uma rede pública, como uma Padaria Portuguesa, por exemplo. Mesmo quando trabalhávamos no escritório usávamos sempre VPNs, softwares encriptados e browsers anónimos, como o Tor Project» (Sol, texto da jornalista Diana Gomes)
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