quinta-feira, setembro 14, 2023

Nota: não acreditem em sondagens!

Parece-me importante, nesta fase recomendar algo ao PSD-Madeira, no quadro destes tempos de disputa eleitoral mais intensa e agressiva. Começo por afirmar que não vejo os tempos de antena na televisão, pelo que sobre eles não me pronunciarei. É uma opção pessoal e pronto, está tomada. Julgo no entanto ser de sublinhar que é importante ter presente que nas campanhas eleitorais as mensagens gravadas nos estúdios partidários e que depois são transmitidas no sistema sonoro instalado em viaturas usadas para o efeito, devem ser simples, directas, com uma mensagem clara e curta para que permita que as pessoas ouçam tudo o que se pretendem transmitir. O que assisti, por acaso fora do Funchal, foi um automóvel do PSD a percorrer uma determinada localidade e a emitir uma mensagem previamente gravada que me pareceu demasiado extensa e com a particularidade de não ser audível, pela sua extensão, pelas pessoas na sua totalidade. Com um carro em movimento é impossível alguém perceber o que é que essa mensagem sonora pretende dizer, salvo se parassem o carro o tempo necessário para que as pessoas ouvissem tudo. Pode ter acontecido uma vez por acaso, não sei. O que eu sei é que dessa mensagem sonora apenas captei uma frase "ao contrário do Continente" ou qualquer coisa do género mas sem ficar a saber a que se referia e qual o tema. Falando com outras pessoas, algumas com experiência no assunto, fiquei satisfeito porque todas elas perceberam e concluíram o mesmo que eu. Repito, estamos a falar de eleições regionais bipolarizadas entre os dois grandes partidos estamos a falar de um lote de partidos, médios e pequenos em termos eleitorais, uns tradicionais na oposição regional e com provas dadas, outros nem por isso, mas que estarão a lutar, presumo eu, para além da manutenção do seu eleitorado - no caso dos partidos com provas dadas na oposição regional - na  eventualidade de cativarem o apoio e atenção dos abstencionistas que são cada vez mais, infelizmente, em eleições regionais.

Quanto à campanha eleitoral o que recomendo, sem qualquer intenção de criticar ou querer saber mais do que os outros, porque não quero nem sei, é que haja humildade, que o PSD-M esteja atento a tudo no terreno, e na comunicação social, que responda, utilizando os meios disponíveis, a tudo o que, suscitado pelos partidos adversários, possa causar impacto negativo ou pelo menos confundir as pessoas. Não se pode desvalorizar erradamente declarações de partidos da oposição só porque são da oposição, pois para além do dizer mal de tudo e de todos, no caso de alguns deles, consegue-se sempre, num caso ou noutro, encontrar algumas ideias ou propostas que podem ser retidas e desenvolvidas posteriormente. Pelo menos pensadas e discutidas. 

E, finalmente, não considerem que as sondagens publicadas - e julgo que podem aparecer ainda mais uma ou duas sondagens até o dia das eleições - são o reflexo exacto do que se vai passar nas urnas. Não são, nunca foram. Esse erro pode ser desastroso.

Assim como tenho uma enorme certeza que o PS-Madeira não terá, nem de perto nem de longe, as condições político-eleitorais que o PS-Madeira de Cafofo teve em 2019, e que provavelmente sofrerá perdas de eleitorado à esquerda, para PCP e Bloco e à sua direita, nomeadamente para o JPP, também não acredito que a coligação que o PSD-M promoveu (sem saber o que hoje vale eleitoralmente o CDS-M) será fortemente pressionada à sua direita, nomeadamente pelo Chega e pela Iniciativa Liberal. Por isso recomendo em todas as frentes, muito pragmatismo, competência, seriedade, coerência, humildade, intensidade política, presença no terreno mediático e das redes sociais, seja da forma que for, e aproveitamento dos mecanismos legais ao dispor dos partidos nas campanhas, para falarem do futuro - o passado é passado, bem ou mal está cumprido - porque as pessoas não querem saber o que foi feito ou deixou de ser feito até esta altura. Penso que as pessoas querem antes saber, numa conjuntura ainda de incerteza - em Portugal, na Europa e no Mundo - quais os principais compromissos e as prioridades da coligação e quais os eixos essenciais da governação na próxima Legislatura regional, caso o eleitorado renove a confiança no PSD-M e na solução de governação que propõe (LFM)

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