segunda-feira, abril 24, 2023

Opinião: O paradoxo finlândes


I - Por culpa exclusiva da Rússia e dos apetites sanguinários e expansionistas do ditador Putin - por isso invadiu a Ucrânia e tentou destruir o regime de Kiev - a NATO passou a ter a partir desta semana mais um membro, o 31º, a Finlândia, que tal como a Suécia solicitou a adesão depois daqueles trágicos e intoleráveis acontecimentos. O paradoxo da Rússia do ditador Putin tem a ver exactamente com a NATO. Alegadamente - eu não acredito nessas teorias da treta redutoras de Moscovo - um dos motivos da invasão russa na Ucrânia teve a ver com a proximidade desta à NATO e com a possibilidade das fronteiras da organização com sede em Bruxelas se aproximarem da Rússia, algo que Moscovo rejeitava e considerava uma ameaça perigosa. O que é caricato é que isso aconteceu por culpa de Putin e devido a esta adesão já formalizada, a que se seguirá a Suécia, travada temporariamente pela Turquia - por razões políticas e divergências entre os dois países - e secundada pelo putinista envergonhado da Hungria que continua a jogar nos dois tabuleiros, sem que Bruxelas seja capaz de o colocar na ordem. Parabéns Putin pela porcaria sanguinária e agressiva que incentivas, todos os dias.

II. Um, especialista da DECO deu conta de uma iniciativa deste organismo de defesa do consumidor apostada em “criar uma medida que contribua para que as famílias portuguesas consigam lidar com a subida das prestações” dos créditos à habitação". Segundo o economista Nuno Rico, o principal problema resulta do “enorme agravamento da Euribor, que é o indexante utilizado em 93% dos contratos de crédito à habitação em Portugal”. Ou seja, “o financiamento para a compra de casa em Portugal é feito essencialmente através de taxa variável porque é a mais competitiva, ao contrário das ofertas de taxa fixa”. E quanto a isto nem o governo milagreiro e salvador de Costa conseguiu até hoje vergar a resistência de uma banca sôfrega e capitalista, mais apostada no lucro fácil e em ganhar rapidamente mais dinheiro, milhões sobre milhões, à custa da desgraça do povo, da família e das empresas. Um exemplo: aumentam as comissões e taxas de juro aplicadas aos empréstimos bancários, mas resistem a remunerar as poupanças que as pessoas canalizam para os bancos respondendo aos apelos das autoridades nacionais e europeias para que ainda se possa poupar alguma coisa. O que, no caso de Portugal e de outros países europeus, é sinónimo de milagre. O caricato disto tudo é que os governos europeus ganham milhões com a desgraça dos cidadãos, à custa da inflação e sobretudo da guerra na Ucrânia que se abateu sobre os europeus e está a dizimar a sua vida, a todos os níveis. Sem perspectivas de inversão desta situação caótica em que nos encontramos.

III. Há coisas que parecem impossíveis ou pelo menos improváveis. Mas a irresponsabilidade ousada de quem decide, ou devia decidir, acaba sempre por ultrapassar isso tudo. Veja-se este exemplo recentemente denunciado: na fatura da água nas Caldas da Rainha passaram a ser cobrados serviços que não são prestados a toda a população, nomeadamente o saneamento. Há quem tenha fossas sépticas por falta da rede de esgotos, mas está obrigado a pagar o saneamento que não tem". E pronto, ainda dizem que vivemos num país moderno e europeu... O tanas! (LFM, texto publicado no Tribuna da Madeira)

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