sexta-feira, novembro 04, 2022

CEO da TAP: "Seria mais fácil dizer que não há mais cortes"

Christine Ourmières-Widener espera, no entanto, que, caso os resultados sejam "excelentes", ter margem para conversar com os parceiros de modo a "recompensar os trabalhadores". A presidente executiva (CEO) da TAP defendeu que "seria mais fácil" dizer que não vão existir mais cortes e vincou que, se os resultados forem "excelentes", espera ter margem para recompensar os trabalhadores.

"Comunicámos aos trabalhadores que seria mais fácil para esta administração dizer que não há mais cortes [...], mas temos um plano, um compromisso e um acordo de emergência", assinalou Christine Ourmières-Widener, numa conferência de imprensa, em Lisboa. No entanto, referiu que, se os resultados "forem excelentes, estamos prontos para conversar com os nossos parceiros para ver se conseguimos recompensar os trabalhadores". Ourmières-Widener reconheceu que "existe uma pressão" e que os trabalhadores estão sujeitos a dificuldades, nomeadamente as provocadas pela inflação.

Ainda assim, ressalvou que tudo o que possa acontecer até ao final do ano pode também ter um impacto nos resultados da transportadora aérea. "É importante que fique claro que não é porque não o queremos fazer [recompensar os trabalhadores], mas ainda é muito cedo. Existem coisas que não controlamos", vincou. Questionada sobre o porquê da companhia ter voltado atrás com a decisão de renovar a frota automóvel, a presidente executiva da TAP reiterou que a mudança, "economicamente, seria a melhor". Porém, sublinhou que a opinião pública "não estava favorável" à mesma e, por isso, decidiu suspendê-la e analisá-la.

A polémica com a frota automóvel da TAP começou depois de a TVI/CNN Portugal ter noticiado que a transportadora aérea tinha encomendado uma nova frota de automóveis BMW para a administração e gestores, substituindo os da Peugeot. Posteriormente, a TAP veio esclarecer que o negócio iria permitir poupar 630 mil euros por ano, mas a empresa acabou por não resistir à polémica e decidiu renegociar o contrato. A TAP registou no terceiro trimestre do ano um resultado líquido positivo de 111,3 milhões de euros, anunciou hoje a companhia aérea à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Numa nota hoje divulgada, a companhia aérea revelou que registou entre julho e setembro "um recorde histórico de receitas operacionais", que ascenderam aos 1,1 mil milhões de euros, "excedendo os níveis pré-crise em 7,5%", o que lhe permitiu alcançar "um desempenho financeiro sem precedentes". Contudo, entre janeiro e setembro, a companhia teve um prejuízo de 91 milhões de euros, quando, em 2019, antes da pandemia, tinha registado um lucro de 121 milhões de euros (DN-Lisboa)

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