Um estudo do Centro de Investigación Ageingeconomics, da Fundação
Mapfre, apontou que metade dos portugueses com mais de 55 anos não consegue
poupar – ao todo, no nosso país há quase 3,9 milhões de pessoas acima dessa
idade, ou seja, 37% da população. Entre os inquiridos, três quartos consegue
guardar menos de 30% do seu rendimento mas há 3% que garantiu que poupou mais
de 50% do rendimento, com destaque para os mais de 70 anos.
As entrevistas, realizadas a 1.100 pessoas em agosto, em condições de anonimato, apontou ainda que 90% dos agregados garante que pode suportar gastos imprevistos se estes não ultrapassarem os 300 euros: se atingirem os mil euros, já só 73% o conseguiria fazer com recurso a poupanças. Mesmo que a fatura atinga os 10 mil euros, 50% dos agregados pode suportar a despesa sem pedir ajuda. No entanto, no capítulo da ajuda, 53% dos entrevistados revelou que ajuda membros da sua família ou do círculo próximo: quase 42% ajuda os filhos e 5% os pais – um terço reconheceu que essas pessoas dependem da sua ajuda financeira mensal.
Noutro particular, a habitação (assim como as despesas associadas como
água, luz ou gás), alimentação e bebidas não alcoólicas e saúde estão no topo
das despesas – com a inflação, quase dois terços dos inquiridos considerou que
os aumentos vão pôr em causa o seu estilo de vida, uma tendência que deverá
manter-se no próximo ano. 70% dos inquiridos revelou viver em casa própria e
mais de metade não tem encargos com empréstimos bancários.
No que diz respeito à saúde, cerca de 70% dos inquiridos com mais de 55 anos revelou que tem cuidado com a alimentação e vai regularmente ao médico. Metade diz respeitar as horas de sono, evitar o consumo excessivo de álcool e tabaco, assim como situações stressantes e ainda praticar exercício físico. A vontade de viajar dos maiores de 55 é expressiva e a pandemia da Covid-19 não travou o desejo, mesmo entre os mais evlhos: quase três quartos dos inquiridos viajou desde o início da pandemia durante dois ou mais dias e 10% fê-lo com frequência elevada: mais de 4 vezes/ano. Entre estes estão os maiores de 70 anos.
A desconfiança em relação ao futuro do atual sistema de pensões é
elevada: dois em cada três considera que está em risco e essa é uma grande
preocupação para três quartos dos inquiridos que trabalham por conta de outrem,
no grupo dos 55 aos 59 anos. Os mais precavidos (cerca de um terço) começaram a
planear a sua reforma antes dos 45 anos. Pelo contrário, 16% só pensou nisso
depois dos 60 anos (Multinews, texto do jornalista Francisco Laranjeira)
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