sábado, novembro 05, 2022

EUA: Republicanos aumentam vantagem sobre democratas nas sondagens

O partido republicano alargou a vantagem sobre os democratas nas sondagens a poucos dias das eleições intercalares, sendo agora favorito para ganhar a Câmara dos Representantes e o Senado. Depois de andar nos últimos meses atrás dos democratas nas probabilidades de conquistar o Senado, a câmara alta do Congresso que é decisiva para a confirmação de juízes e outros nomeados, os republicanos passaram para a frente a 01 de novembro e agora alargaram a vantagem.  De acordo com o modelo preditivo da plataforma FiveThirtyEight, os republicanos têm uma probabilidade de 54 em 100 de ganharem o Senado. Era de apenas 34 em 100 no mês passado.  Esta subida deve-se à melhoria das perspetivas dos candidatos republicanos nos três estados mais competitivos, Pensilvânia, Geórgia e Nevada.  Na Pensilvânia, Mehmet Oz recuperou terreno ao democrata John Fetterman e está agora com 47 em 100 (contra 53 em 100). 

Na Geórgia, o controverso Herschel Walker subiu a sua vantagem para 57/43 contra o democrata incumbente Raphael Warnock e o mesmo aconteceu no Nevada, com Adam Laxalt favorecido em relação à incumbente Catherine Cortez Masto.  Em termos de perspetivas para a Câmara dos Representantes, os republicanos estão com a vantagem mais elevada desde que o ciclo eleitoral começou: 84 em 100 contra apenas 16 em 100 para os democratas.  Aqui, há cinco corridas muito renhidas que podem ser importantes para a dimensão da vitória republicana ou da (improvável) continuação dos democratas no poder. 

A corrida mais 'quente' é entre a democrata incumbente Elaine Luria e a republicana Jen Kiggans, empatadas a 50-50, no 2º distrito da Virgínia. A democrata, que integra a comissão de investigação do ataque ao Capitólio, partiu muito atrás, mas nos últimos dias conseguiu alcançar a oponente. O mesmo se passa no 34º distrito do Texas entre a republicana Mayra Flores e o democrata incumbente Vicente Gonzalez (50-50). 

No 1º distrito do Nevada, a incumbente democrata Dina Titus tem uma ligeira vantagem (52/48) face ao republicano Mark Robertson. No 15º do Texas a democrata Michelle Vallejo vai à frente 53/47 contra a republicana Monica de La Cruz e no 7º da Pensilvânia a incumbente democrata Susan Wild está atrás da republicana Lisa Scheller 53/47.  No agregado de todas as sondagens, o modelo FiveThirtyEight indica que o resultado mais provável é que os republicanos tomem o controlo das duas câmaras e, portanto, do congresso (54 em 100). 

Esta viragem a favor dos republicanos espelha o sentimento nas bases dos dois partidos. A mais recente sondagem nacional CNN/SSRS mostra que o entusiasmo dos eleitores democratas é inferior ao dos republicanos, sendo o de ambos os grupos menores do que era nas intercalares de 2018, quando uma "avalanche azul" tomou a Câmara dos Representantes. 

Agora, apenas 24% dos democratas dizem estar muito entusiasmados para votar (era 44% nas últimas intercalares) contra 38% dos republicanos (era 43% há quatro anos).  Mais eleitores disseram que pretendem votar no partido republicano para o seu distrito do congresso (51%) que no democrata (47%).  Entre os eleitores que disseram que a economia é a sua prioridade, os candidatos republicanos são ainda mais favorecidos: 71% contra 18% para os democratas.  A mesma sondagem indicou que a taxa de aprovação do presidente Joe Biden caiu de 44% para 41% em relação à sondagem anterior.  As eleições intercalares norte-americanas, a 08 de novembro, determinarão qual o partido que controlará o Congresso nos dois últimos anos do mandato do Presidente Joe Biden, estando também em jogo 36 governos estaduais e vários referendos estaduais a medidas sobre questões-chave, incluindo aborto e drogas leves.

Em disputa estarão todos os 435 lugares na Câmara dos Representantes, onde os democratas atualmente têm uma estreita maioria de cinco assentos, e ainda 35 lugares no Senado, onde os democratas têm uma maioria apenas graças ao voto de desempate da vice-presidente Kamala Harris. As eleições podem não apenas mudar a cara do Congresso norte-americano, mas também levar ao poder governadores e autoridades locais totalmente comprometidos com as ideias de Donald Trump. Uma derrota muito pesada nestas próximas eleições pode complicar ainda mais o cenário de um segundo mandato presidencial para Joe Biden (MSN)

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