quinta-feira, dezembro 10, 2015

Marcelo aceitará ser sopeiro de Passos e Portas?

Marcelo Rebelo de Sousa só vai contar com o apoio do PSD e do CDS - e tenho a certeza que as reuniões dos Conselhos Nacionais serão polémicas - no próximo fim-de-semana apesar de, pelas declarações por ele feitas, e bem, não só se demarca dos sonhos e da estratégia da coligação de direita - que continua a pensar que MRS, apesar das habituais intrigas que o caracterizam, sobretudo quando se move  nos subterrâneos da política numa cumplicidade de todos conhecida com a comunicação social (Paulo Portas melhor do que ninguém sabe disso...) vai dissolver a Assembleia da República sem razões concretas e convocar eleições só porque alegadamente elas interessarão (será que interessarão mesmo, nessa altura?!) a PSD e CDS - como garantiu já que fará tudo - sabem o que isso significa?! - caso seja eleito para que este governo do PS em funções tenha estabilidade e cumpra a sua Legislatura.
Ora em situações normais isto seria um prego no caixão. O problema, para PSD e CDS, é que não há nenhum candidato à direita, para além de MRS, pelo que os dois partidos não correm o risco de ficar órfãos de um combate eleitoral presidencial que poderá culminar com a vitória de Marcelo numa primeira volta.
Porque relativamente a uma segunda volta, entre esquerda e direita, as coisas podem complicar-se para  MRS e o candidato apoiado pelo PS, PC e Bloco, aproveitando a onda e um óbvio estado de graça que não duvido  exista neste momento  - as pessoas estão à espera das medidas anunciadas por Costa e o seu governo ou da sua calendarização - poderá fazer mossa. O que a acontecer determinará a imediata demissão - já que não tiveram a dignidade de fazer as mudanças que a realidade política exige neste momento, a começar pelo fim da coligação de trampa que descaracterizou o PSD e constitui uma grave ameaça para o partido de Sá Carneiro. Uma coligação que perdeu mais de 700 mil votos e 25 deputados e que tenta esconder essa realidade socorrendo-se do facto de ter sido amais votada, mas longe de uma vitória inequívoca e de um mandato claro e inequívoco dado pelos eleitores.
Perante a inexistência de outros candidatos que cubram a área política e eleitoral do PSD e do CDS -especialmente Rui Rio que pelos vistos hesitou mais uma vez e recuou com medo de entrar em confronto com a liderança do PSD nacional - PSD e CDS, Passos e Portas não têm outras alternativas, ou seja, ou apoiam MRS, mesmo que façam contrariados (e estão) e que tentem tudo (vão tentar) para o pressionarem o candidato, numa lógica de um frete político que cairia muito mal entre o eleitorado, ou ficam fora do comboio presidencial e podem contribuir para a eleição de um candidato da esquerda numa segunda volta. Ou seja, em vez de ser PSD E CDS a "mandarem" no candidato MRS, vai acontecer exactamente o oposto, fragilizando ainda mais as já fragilizadas e desacreditadas lideranças nacionais do PSD e do CDS que estão longe, muito longe, de poderem vir a constituir mais-valias eleitorais em 2016 como o tempo se encarregará de o demonstrar. Aliás é evidente que Passos e Portas estão a mais na Assembleia da República (basta ver as imagens na televisão), sentem-se deslocados, sentem-se mal quando confrontados com os ataques previsíveis da esquerda, não conseguem transmitir nada de útil aos grupos parlamentares. É por isso que já defendi e reafirmo que Montenegro e Magalhães deviam demitir-se das liderança dos respectivos grupos parlamentares para que PSD e CDS possam partir para uma nova fase (LFM)

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