Li na imprensa que o PS da Madeira, a reboque da falência do BANIF, quer investigar as relações alegadamente existentes entre a Fundação Social-Democrata e a falida instituição bancária. O PS não gosta que se fale na falência de outros bancos nbem dos processos de "salvação" resolvidos por quem era governo e que nos custaram, já o dobro do que o Banif custará.
Não estou mandatado pela Fundação Social-Democrata, a quem me liga apenas o facto de ter assinado o documento de constituição da instituição, tal como todos os membros da Comissão Política Regional do PSD-Madeira, na altura em que isso aconteceu, aceitaram fazer. Nunca exerci cargos de responsabilidade, não creio que tenha sido, vistas hoje as coisas, uma boa solução apesar de num determinado momento ter resolvido uma ameaça de natureza patrimonial que fragilizaria o PSD-M. Quando deixou de ter capacidade de pagar, como foi feito durante uns anos, Bolsas de Estudo e Prémio aos melhores estudantes, a realidade deveria ter sido assumida de outra forma e resolvida. Quando isso aconteceu a Fundação espetou um primeiro prego no seu caixão. Não duvido disso. Ao longo do meu envolvimento na Comissão Política do PSD-Madeira fui apenas a uma reunião do Conselho Geral da Fundação e não pretendo comparecer a mais nenhuma. Os problemas criados e hoje existentes - e que não são fáceis - não são da minha responsabilidade em nada, não conhecia nada do que era decidido em termos de investimentos, pelo que me considero absolutamente àvontade para abordar o tema.
Que eu saiba a relação entre a Fundação Social Democrata e o BANIF é uma relação puramente comercial, entre um cliente e um banco. O que o PS eventualmente quererá saber é se a Fundação estará a cumprir os seus compromissos, que empréstimos contraiu, qual o valor remanescente ainda em dívida ao banco em causa. Confesso a minha ignorância total, repito, a minha ignorância absoluta e total, quanto a isso. Nem me parece sequer importante. Este processo vai trazer à tona, inevitavelmente, tudo o que ajudou o Banif a afundar-se. Não foi por causa da Fundação Social-Democrata, nem o financiamento que vários partidos da RAM obtiveram junto do banco para custearem campanhas eleitorais, que o banco deu o estoiro. Por isso acho bem que exista na Assembleia da República uma Comissão de Inquérito que apure tudo, repito, apure toda a verdade, divulgue o respectivo relatório dos factos, pelo que não faz sentido que na Madeira o PS pretenda divertir-se com comissões de inquérito só porque acha que, por essa via, vai atingir o PSD-Madeira e Miguel Albuquerque.
Já agora imaginemos que o PSD-M resolvia propor uma investigação ou uma comissão de inquérito, a reboque da coscuvilhice e da bilhardice regionais, para tentar perceber se no negócio de venda e compra da antiga e da nova sede do PS no Funchal, tudo se processou com lisura. Talvez começando por chamar antigos dirigentes socialistas locais que parecem saber tudo o que se passou, porventura até documentalmente... Deixemo-nos de hipocrisias
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