O Banif foi o quarto banco a ser
intervencionado desde 2008. Custos com o banco fundado por Horácio Roque podem
ultrapassar os €3 mil milhões. A decisão dentro do Banco de Portugal não foi
pacífica. O banco fundado pelo empresário madeirense Horácio Roque, em 1988,
deixou de existir esta semana. Foi desmantelado. O Estado vai injetar de novo
dinheiro no Banif, depois de o ter feito em 2013, em pleno programa de
assistência financeira da troika. Já foi feito um Orçamento Retificativo de
€2,255 mil milhões e dadas garantias que podem elevar a fasquia até aos €3 mil
milhões. Os ‘ativos bons’ do Banif ficam nas mãos do espanhol Santander Totta,
que pagará aos cofres do Estado €150 milhões. Os ativos ‘maus’ e 48% da
seguradora Açoreana ficam num veículo criado para o efeito. O governo de
António Costa chamou a si o dossiê, mas quem liderou o processo foi o Banco de
Portugal. A intervenção no Banif tornou-se nos últimos dias um caso político e
vai mesmo haver uma comissão parlamentar para apurar responsabilidades. O país
quer saber por que se arrastou durante tantos anos a anunciada venda do Banif
sem que tenha sido encontrada uma solução, deixando a decisão para o último
dia. E por que razão o custo é tão elevado. As informações chegaram
vertiginosamente, com a publicação de cartas entre as Finanças e as autoridades
europeias, e percebeu-se que a Direção-Geral da Concorrência da Comissão
Europeia (DGCom) não acreditava na viabilidade do banco desde o início, e
sempre foi favorável, até ao fim, à liquidação ordenada do Banif. Ou seja, o
banco deixaria de aceitar depósitos e conceder crédito, passando apenas a gerir
o que estava em carteira até desaparecer. Na reta final do negócio com o
Santander, a DGCom foi dura, e por prudência obrigou a um reconhecimento de
perdas no valor dos ativos do Banif de 66%. O Governo achou excessivo, mas não
teve outra alternativa se não aceitar, o que onerou os custos da intervenção (Expresso)
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