terça-feira, dezembro 15, 2015

A penúltima sondagem, (RTP, DN-Lisboa): Passos devia ser o primeiro-ministro, mas Costa é aceite

Coligação PSD/CDS reforça intenções de voto, mas sem maioria absoluta. Inquiridos dizem que Costa devia ter negociado à direita. Dois meses após as eleições legislativas e muita confusão política até se chegar a um governo do PS apoiado pela esquerda parlamentar, os eleitores continuam a colocar a coligação PSD/CDS à frente nas intenções de voto. O resultado da aliança entre Pedro Passos Coelho e Paulo Portas até sobe para os 41%, mais 1,5% do que o resultado conseguido a 4 de outubro, mas não chega à maioria absoluta.
No barómetro do Centro de Sondagens da Universidade Católica para a Antena 1, RTP, JN e DN, o PS também sobe nas intenções de voto para os 34%, mais 1,7% do que em relação às últimas legislativas. As restantes forças políticas mantêm a mesma ordem, com o BE à frente do PCP e a subir ligeiramente nas intenções de voto. Só a CDU (PCP e Verdes) desce relativamente ao resultado obteve a 4 de outubro.
A maioria dos inquiridos nesta sondagem - que foi efetuada nos dias 5 e 6 de dezembro, ou seja já após a tomada de posse do governo de António Costa - considera que Pedro Passos Coelho deveria ter sido o primeiro-ministro a sair das eleições, com 52% a pronunciarem-se nesse sentido, contra 37% a escolherem o líder do PS para liderar o executivo e só 11% a não saberem ou quererem responder.
Obviamente que ao isolar a perguntas consoante as opções de voto as respostas variam substantivamente: Passos deveria ser primeiro-ministro para quase todos os eleitores da coligação Portugal à Frente (94%); já Costa é o nome escolhido por 75% dos eleitores socialistas e 55% para os do BE e 53% dos do PCP.
30% dos que votaram BE e PCP dariam liderança do governo a Passos Coelho
Curiosamente, nestes dois partidos de esquerda que suportam o executivo socialistas há ainda uma franja considerável de mais de 30% que dariam a liderança do governo a Passos Coelho. No PS essa margem é mais residual e fica-se nos 19%.

Cavaco fez a melhor solução
Confrontados com a decisão de Cavaco Silva em indigitar António Costa a 24 de novembro para primeiro-ministro - tendo em conta os resultados eleitorais e a composição do Parlamento (que dá uma maioria à esquerda) ­­- a maioria dos inquiridos acaba por a considerar a "melhor solução". Neste sentido pronunciam-se 49% da totalidade dos sondados, contra 35% que rejeitam a opção do Presidente da República. E só 16% não se quiseram pronunciar.
Uma vez mais, apenas os eleitores da PáF consideram, na sua maioria (64%), que a indicação de António Costa não foi a melhor solução, tendo em conta os resultados eleitorais. De resto, os eleitores dos partidos à esquerda, numa expressiva maioria entendem que Cavaco tomou a decisão adequada aos interesses do país.
44% preferiam que PS tivesse viabilizado governo PSD/CDS
Mas quando questionados sobre as opções do PS, entre ter escolhido viabilizar um governo PSD/CDS ou aliar-se ao BE, PCP e Verdes para formar um executivo de esquerda, 44% preferiam a primeira opção, contra 39% e 17% que não souberam ou quiseram responder. A decisão de Costa de se aliar a Jerónimo de Sousa e a Catarina Martins é legitimada pela maioria dos seus eleitores (71%), tal como pela maioria dos votam PCP e BE.
Os eleitores estão em geral satisfeitos com a sua opção de voto nas últimas legislativas. Apesar de tudo, é entre os eleitores da CDU que se encontra a maior percentagem de insatisfeitos (25%).
Ficha técnica
Esta sondagem foi realizada pelo CESOP-Universidade Católica Portuguesa para a Antena 1, a RTP, o Jornal de Notícias e o Diário de Notícias nos dias 5 e 6 de dezembro de 2015. O universo alvo é composto pelos indivíduos com 18 ou mais anos recenseados eleitoralmente e residentes em Portugal Continental. Foram selecionadas aleatoriamente dezoito freguesias do país, tendo em conta a distribuição da população recenseada eleitoralmente por regiões NUT II e por freguesias com mais e menos de 3200 recenseados. A seleção aleatória das freguesias foi sistematicamente repetida até que os resultados eleitorais das últimas eleições legislativas nesse conjunto de freguesias (ponderado o número de inquéritos a realizar em cada uma) estivessem a menos de 1% dos resultados nacionais dos cinco maiores partidos. Os domicílios em cada freguesia foram selecionados por caminho aleatório e foi inquirido em cada domicílio o próximo aniversariante recenseado eleitoralmente na freguesia. Foram obtidos 1183 inquéritos válidos, sendo 58% dos inquiridos do sexo feminino, 34% da região Norte, 20% do Centro, 34% de Lisboa, 5% do Alentejo e 7% do Algarve. Todos os resultados obtidos foram depois ponderados de acordo com a distribuição de eleitores residentes no Continente por sexo, escalões etários, região e habitat na base dos dados do recenseamento eleitoral e das estimativas do INE. A taxa de resposta foi de 69%*. A margem de erro máximo associado a uma amostra aleatória de 1183 inquiridos é de 2,9%, com um nível de confiança de 95% (DN-Lisboa e JN)

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