quarta-feira, novembro 14, 2012

Sondagem: Portugueses temem subida da violência

Segundo a jornalista do Correio da Manhã, Raquel Oliveira, "com a multiplicação da contestação social, aumenta o receio dos cidadãos de que as manifestações degenerem numa violência descontrolada, como ontem ia acontecendo com uma concentração de estivadores no Parque das Nações (ver imagens). Dois homens foram detidos por crimes de resistência e coacção a autoridades. A PSP montou um perímetro de segurança, mas um dos manifestantes arremessou uma pedra contra uma viatura. Quando os polícias tentaram identificar o homem, os outros elementos presentes no protesto insurgiram-se contra as autoridades, que tiveram necessidade de disparar "um tiro para o ar de shotgun com balas de borracha" de forma a dispersar os manifestantes. Este tipo de acontecimentos vai ao encontro dos resultados da sondagem CM/Aximage, onde 72,8% dos portugueses manifestam receio de que aconteçam motins violentos num futuro próximo. Trata-se do valor mais alto do último ano e agravou-se a partir de Setembro, mês em que se realizou uma manifestação de grandes dimensões convocada pelas redes sociais (15 de Setembro). Também cresce o número de portugueses que considera que as Forças de Segurança não estão preparadas para enfrentar revoltas violentas. Apesar de 33,6% acreditarem que as autoridades policiais sabem lidar com este tipo de protesto popular, 31,7% dos portugueses afirmaram que as Forças de Segurança não estão preparadas para enfrentar tumultos generalizados. A percepção de que a violência poderá aumentar é maior entre os homens que entre as mulheres, e mais comum nas faixas etárias entre os 30 e os 59 anos, de acordo com a sondagem. Entre os inquiridos, os simpatizantes do PSD (partido do Governo) são os que mais confiam na preparação das forças policiais.
FICHA TÉCNICA
Universo: indivíduos inscritos nos cadernos eleitorais em Portugal com telefone fixo no lar ou possuidor de telemóvel.
Amostra: aleatória e estratificada (região, habitat, sexo, idade, escolaridade, actividade e voto legislativo) e representativa do universo e foi extraída de um sub-universo obtido de forma idêntica. A amostra teve 602 entrevistas efectivas: 295 a homens e 307 a mulheres; 149 no interior, 247 no litoral norte e 206 no litoral centro sul; 159 em aldeias, 213 em vilas e 230 em cidades. A proporcionalidade pelas variáveis de estratificação é obtida após reequilibragem amostral.
Técnica: Entrevista telefónica por C.A.T.I., tendo o trabalho de campo decorrido nos dias 30 e 31 de Outubro e nos dias 2, 5 e 6 de Novembro de 2012, com uma taxa de resposta de 74,2%.
Erro probabilístico: Para o total de uma amostra aleatória simples com 602 entrevistas, o desvio padrão máximo de uma proporção é 0,020 (ou seja, uma “margem de erro” - a 95% - de 4,00%).
Responsabilidade do estudo: Aximage Comunicação e Imagem Lda., sob a direcção técnica de Jorge de Sá e de João Queiroz"