quinta-feira, novembro 15, 2012

Recessão provoca escalada de desemprego jovem e prolongado

Li no Publico, num texto do jornalista Sérgio Aníbal, que "a taxa de desemprego atingiu novo recorde de 15,8% e PIB acentuou queda. Os piores resultados do último trimestre verificaram-se entre os jovens e entre aqueles que já estão há mais de um ano no desemprego. Com a economia a atravessar, sem sinais de retoma, o oitavo trimestre consecutivo de recessão, o mercado de trabalho português continuou a acumular desempregados de longa duração, principalmente entre os jovens. Os dados publicados ontem pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) confirmaram que, tanto ao nível da actividade económica como do emprego, Portugal continua a atravessar um túnel, ainda sem luz ao fundo. Durante o terceiro trimestre deste ano, a economia continuou em forte quebra. Face aos três meses imediatamente anteriores, o PIB caiu 0,8%, a oitava descida consecutiva, o que constitui um recorde. Em relação ao mesmo período do ano passado, a variação negativa foi de 3,4%, quando no segundo trimestre tinha sido de 3,2%, Isto significa que não há ainda sinais de uma inversão do ciclo económico. Aliás, como afirma Paula Carvalho, do departamento de Estudos Económicos do BPI, a queda da procura interna ainda deve sofrer um agravamento antes do final do ano, sobretudo ao nível do consumo das famílias. As últimas medidas de austeridade incluídas no OE para 2013 foram apenas conhecidas em Outubro, provocando uma nova queda na confiança de consumidores, que terá os seus efeitos no último trimestre do ano. Perante este cenário, sem surpresas, o desemprego continuou a subir. De acordo com os critérios oficiais adoptados pelo INE, passou a haver, no período de Julho a Setembro deste ano, 871 mil desempregados em Portugal. Houve uma subida de 181 mil face a igual período do ano passado e de 44 mil face ao segundo trimestre do ano. A taxa de desemprego passou de 15% no segundo trimestre para 15,8% agora. No terceiro trimestre de 2011, este indicador estava em 12,4%. Se se juntasse ao número de desempregados "oficiais", todas as pessoas que o INE regista como sendo "inactivos à procura de emprego mas não disponíveis" e "inactivos disponíveis mas que não procuram emprego", o total de pessoas em Portugal que, de facto, pretende ter em emprego mas não consegue, ascende a 1,144 milhões de pessoas. Na subida do desemprego registada neste trimestre, nota-se o acentuar de duas tendências: a subida muito rápida do desemprego jovem e o cada vez maior peso do desemprego de longa duração. Se o número de desempregados total aumentou 5,3% durante o trimestre, o número de jovens com idades entre os 15 e os 24 anos e que fazem parte da população activa mas não têm emprego cresceu 17%. São agora cerca de 175 mil, mais 25 mil do que há três meses atrás. A taxa de desemprego jovem subiu de 35,5% para 39%. Há um ano era de 30%. O desemprego de longa duração, por seu lado, é neste momento uma característica dominante no mercado de trabalho português. São já 483 mil, as pessoas em Portugal que estão desempregadas há mais de um ano, ou seja, mais de 55% do total. A subida deste indicador face ao segundo trimestre do ano foi de 40 mil pessoas, ou seja, explica quase todo o aumento do desemprego (44 mil). O cruzamento dos vários dados aponta para um mercado de trabalho cada vez com entrada mais difícil, em que os jovens têm, cada vez mais, de enfrentar a perspectiva de um longo período de desemprego. Pedro Passos Coelho, numa primeira reacção aos números ontem divulgados pelo INE, mostrou pouca surpresa em relação ao degradar da situação económica e do mercado de trabalho, afirmando, citado pela agência Lusa, que a subida do desemprego "está em linha" com as previsões do executivo. O primeiro-ministro afirmou que espera ver ainda um agravamento nos números do desemprego até que haja "uma inversão de ciclo em 2013". "Sabemos que iremos ver aumentar um pouco mais o nível de desemprego antes de poder ver o seu declínio, o que acontecerá de forma sustentada com o crescimento sustentado da economia em 2014", disse. O deputado Pedro Marques, a falar em nome do PS, defendeu que os números do INE mostram que a via do Governo está a "falhar" sucessivamente "todos" os objectivos"