terça-feira, novembro 20, 2012

Privatização da ANA obriga a pagar empréstimo obrigacionista na Madeira

"A privatização da ANA vai obrigar a ANAM – Aeroportos e Navegação Aérea da Madeira a reembolsar antecipadamente um empréstimo obrigacionista de 50 milhões de euros que a empresa contraiu em 2004. Isto porque o contrato assinado com a entidade financeira tem uma cláusula de reembolso no caso de a ANA, principal acionista da ANAM, mudar de mãos. O relatório e contas da ANAM, referente a 2011, adianta que a empresa terá, "já em 2014,que proceder a recompra do empréstimo obrigacionista de 50 milhões de euros, podendo, entretanto, haver necessidade da sua antecipação, face ao desenvolvimento da privatização da ANA, que prestou, para a obtenção deste empréstimo, o respetivo aval. No contrato de empréstimo está previsto o reembolso antecipado se existir alteração acionista na ANA". A privatização da gestora deveria estar concluída no inicio de 2013.AANAM, na qual a ANA detém 70%, contraiu diversos empréstimos e recebeu fundos comunitários para os investimentos que foram necessários para a reabilitação do aeroporto da Madeira. A ANAM realizou investimentos em infraestruturas aeroportuárias na Região Autónoma da Madeira (incluindo Porto Santo) que totalizavam no final de 2011 cerca de 585 milhões de euros, segundo o relatório e contas da empresa. Os 20% da ANAM que estão nas mãos do Governo Regional da Madeira deveriam agora ser entregues ao privado que vencer a privatização da ANA, ainda que os moldes precisos em que isso irá acontecer não tenham sido divulgados. A secretaria dos Transportes, Conceição Estudante, já mostrou disponibilidade para negociar a venda. Caso isso aconteça, a incógnita se passaria para a responsabilidade do privado a divida total da ANAM de 203,5 milhões de euros. A empresa afirma no relatório e contas que o endividamento foi reduzido no passado em 3,7 milhões de euros (ao BEI). A dívida tem origem em três empréstimos e no já referido obrigacionista.
Não a claro como a que ficam estes empréstimos com a privatização da ANA, nomeadamente o que foi pedido ao BEI. Por outro lado, e ao contrario da ANA, a ANAM tem um contrato de concessão que foi inclusivamente prolongado por 20 anos, ate 2053. A gestora dos aeroportos portugueses tem cinco concorrentes para a segunda rase do processo de privatização que foi lançado e que devera encerrar antes do inal do ano. As propostas apresentadas, que a secretaria de Estado do Tesouro Maria Luísa Albuquerque classificou de "muito interessantes", chegam a oferecer 13 vezes o EBITDA da ANA, um valor de quase 2,6 mil milhões de euros, muito superior aos primeiros valores que estiveram em cima da mesa (entre 1,2 mil milhões de 1,5 mil milhões). O encaixe financeiro é o mais importante para a compra da ANA, mas a estrategia para o futuro dos aeroportos e a manutenção dos postos de trabalho tambem serão analisados". (fonte: Jornal de Negócios)