quinta-feira, novembro 15, 2012

Milhares pedem à Casa Branca que os seus estados possam sair dos EUA

Li no Jornal I, num texto da jornalista Joana Azevedo Viana, que os “habitantes de 19 estados americanos assinaram petições a pedir saída da república federal. “Pacificamente dêem ao estado do Texas a possibilidade de sair dos Estados Unidos da América e de criar o seu novo governo” – esta é a frase que abre uma petição que já conta com quase 16 mil subscritores texanos, apresentada na sexta-feira no site da Casa Branca “We the People”, onde é argumentado que os texanos “não aceitam” o caminho que os EUA estão a tomar sob o comando de Barack Obama. Nela é acrescentado: “Dado que o Texas é a 15.a maior economia do mundo, é viável que saia da união e assim proteja o estilo de vida dos seus habitantes e reassegure os seus direitos e liberdades.”Na semana em que o presidente foi reeleito para um segundo (e último) mandato, o Texas não foi caso único. Milhares de habitantes do Arkansas, do Missouri, da Carolina do Sul, do Tennessee, de Nova Iorque e outros 13 estados (alguns onde Obama ganhou) apresentaram petições semelhantes no mesmo site para que o governo federal “liberte” os seus estados da administração central. Segundo as informações no “We the People”, as petições têm 30 dias para alcançar 250 mil assinaturas e assim serem consideradas pelo governo federal. Se esse mínimo for alcançado, a petição é revista pela administração e uma resposta é dada aos seus criadores e subscritores. “A minha administração compromete-se a criar um nível sem precedentes de abertura do governo”, lê-se no website criado pela Casa Branca no primeiro mandato de Obama, citação directa do presidente. Ainda assim, este é um dos assuntos em que o presidente, seja ele quem for e de que partido for, não tem autoridade ou jurisdição. Na estrutura política dos EUA, uma administração não tem o poder de dar a um estado o direito de sair da república federal. As dezenas de petições apresentadas à Casa Branca são, por isso, simbólicas. “As petições são um símbolo físico do profundo ressentimento com a direcção que os EUA estão a tomar sob a administração Obama”, escrevia ontem Regina Conley, colunista no site de notícias “Examiner”. Depois de uma renhida eleição, da qual Obama saiu vencedor com uma margem baixa em relação ao rival republicano, Mitt Romney, a vontade expressa por milhares de habitantes de 19 dos 50 estados que compõem o país é uma indicação clara das profundas divisões que atravessam a América hoje. As petições surgem também numa altura em que administração e Congresso (dois ramos do sistema político tripartido dos EUA, para além do Supremo Tribunal) continuam a braços com a pior crise económica em décadas e com a iminência de “precipício orçamental” – que, alertou o Departamento do Tesouro, pode ser atingido já em Janeiro"