domingo, novembro 18, 2012

IKEA: Ikea lamenta ter usado trabalho de presos políticos na década de 80

Segundo a SIC, "o grupo Ikea lamentou ter usado indiretamente na década de 80 o trabalho de presos políticos ao adquirir produtos de empresas da antiga República Democrática Alemã (RDA) que recorriam a trabalho prisional. "Lamentamos profundamente que esta situação tenha ocorrido. A utilização de trabalho de presos políticos na cadeia de produção dos fornecedores IKEA nunca foi aceitável para o Grupo IKEA. Na altura não tínhamos ainda implementado o eficaz sistema de controlo que temos hoje e obviamente não fizemos o suficiente para evitar esse tipo de condições de produção entre os nossos fornecedores da antiga RDA", refere Jeanette Skjelmose, Diretora de Sustentabilidade da IKEA na Suécia em comunicado enviado para a agência Lusa.  Depois das notícias que denunciavam que há 25-30 anos o Ikea comprava produtos de empresas da antiga RDA, que possivelmente recorriam a trabalho prisional, incluindo presos políticos, a empresa sueca decidiu investigar as acusações. O Grupo IKEA tornou pública a conclusão da investigação, que entrevistou dezenas de pessoas e analisou "cerca de 20 mil páginas de documentos dos arquivos internos do Grupo IKEA e 80 mil artigos dos arquivos federais e estatais alemães".  "A investigação indica que criminosos e presos políticos estiveram envolvidos nas unidades de produção de peças ou mobiliário de fornecedores da IKEA há 25-30 anos atrás. A investigação também demonstra que existiam representantes do Grupo IKEA que na altura tinham conhecimento do uso de presos políticos na produção na antiga RDA", refere o IKEA num comunicado enviado para a agência Lusa.  De acordo com a empresa, o grupo teria tomado medidas para garantir que não se recorria a prisioneiros na produção, mas "é agora claro que essas medidas não foram suficientemente eficazes".  Depois de consultar o Sindicato da Associação de Vítimas do Despotismo Comunista ('UOKG' na Alemanha), o Grupo IKEA decidiu fazer uma contribuição financeira para o projeto de investigação científica sobre trabalhos forçados na antiga RDA.  Outra das acusações relacionava a empresa sueca a atividades comerciais em Cuba. No entanto, a investigação concluiu que a empresa "nunca teve relações empresariais de longo prazo com fornecedores em Cuba".  A investigação confirma que foi adquirida "apenas uma quantidade limitada de produtos de teste, mas que o processo não teve continuidade por não cumprir os padrões de qualidade exigidos. Não há indícios de que o Grupo IKEA tenha recebido quaisquer outros produtos provenientes de Cuba", lê-se no comunicado. A empresa garante que desde 2000 tem "um dos códigos de conduta de fornecedores mais progressivos e respeitados no mundo", desenvolvendo "mais de 1.000 auditorias por ano para confirmar o cumprimento dos fornecedores".  Jeanette Skjelmose acredita que o controlo atual "reduz de forma eficaz o risco de algo semelhante voltar a acontecer".