terça-feira, novembro 13, 2012

Idosos sobre-endividados

Segundo o Correio da Manhã, "a DECO está a receber cada vez mais pedidos de consumidores com mais de 60 anos que ficaram sobre-endividados para conseguir ajudar os filhos desempregados ou que sofreram cortes salariais. As estatísticas de Outubro do Gabinete de Apoio ao Sobre-endividado (GAS) da DECO mostram que os consumidores com mais de 55 anos já são responsáveis por mais que três em cada dez pedidos de ajuda. A maior fatia (34 por cento) de sobre-endividados têm 25 e 39 anos, a segunda maior (33 por cento) entre os 40 e os 54 anos, seguindo-se os que têm entre 55 e 65 anos (19 por cento) e os com mais de 65 anos (13 por cento). Os sobre-endividados com menos de 25 anos representam menos de um por cento na estatística. A explicação para este número de sobre-endividados sexagenários está directamente relacionada com situações de desemprego nas famílias, ou de cortes salariais, que levam os idosos a contrair empréstimos para ajudar a família ou a assumir enquanto fiador as responsabilidades pelas dívidas. "O aumento do número de casos [no GAS] de pessoas com mais de 60 anos não é por estas pessoas terem pedido crédito para fins pessoais, mas sim para ajudar os filhos que foram confrontados com situações de desemprego e cortes salariais", explicou à Lusa Natália Nunes, coordenadora do GAS, acrescentando que a "maior parte" destes sobre-endividados são pessoas já reformadas. O sobre-endividado que recorre ao apoio da DECO - que é a única entidade no país com capacidade instalada para ajudar estes consumidores - é na maioria dos casos (61 por cento) casado e só em três por cento dos casos é viúvo. O grau de literacia não define o perfil do sobre-endividado, mostrando as estatísticas que os pedidos de ajuda ao GAS têm origem em consumidores que concluíram o primeiro ciclo (18 por cento), o ensino secundário (27 por cento) ou um curso superior (20 por cento). Uma análise ao total de rendimentos dos sobre-endividados, por agregado familiar, revela que são os que têm rendimentos entre os 485 e 950 euros (34 por cento) e os que ganham mais de 1200 euros (34 por cento) que mais pedem ajuda ao gabinete da DECO".