domingo, novembro 18, 2012

França furiosa com a frase “Bomba-relógio no coração da Europa”...

Li aqui que “Paris reagiu muito mal ao artigo da revista “The Economist”. “França não é o doente da Europa”. “Bomba-relógio no coração da Europa”. É esta a manchete da revista “The Economist” desta semana, referindo-se a França. O ministro das Finanças francês já reagiu: “A França não é o doente da Europa.” Assim vai a guerra numa Europa em que a zona euro está em recessão e em que as duas principais economias da União, Alemanha e França, podem entrar em recessão no primeiro trimestre de 2013.
Anos de sofrimento
“A ameaça ao colapso do euro aliviou por agora, mas endireitar a moeda única vai implicar anos de sofrimento. A pressão de reformas e cortes orçamentais é feroz na Grécia, em Portugal, Espanha e Itália, onde se assistiu a manifestações e confrontos com a polícia esta semana. Mas à frente aparece um problema maior que pode pôr em segundo plano qualquer destes: França.” Esta é a análise da “The Economist” desta semana Moscovici reage O ministro das Finanças francês não perdeu tempo a reagir ao artigo. Em entrevista ao “Financial Times”, Pierre Moscovici afirma que “França não é o doente da Europa. França permanece a quinta maior economia do mundo”, ainda que admita que precisa “de recuperar a competitividade”. “Não, não estamos a implementar as mesmas reformas que Itália e Espanha porque não somos Itália ou Espanha. Não temos as mesmas fragilidades. Por isso vamos implementar reformas à francesa. Vão ser mais ambiciosas do que qualquer governo francês conseguiu fazer antes de nós”. O responsável salienta que, ao contrário do que tem sido dito, “a economia francesa continua a ter potencial real. Não é uma economia enfraquecida e sem recursos. A questão é: seremos capazes de mobilizar esses activos para reconstruir o poder da nossa economia?”, afirmou.
Optimismo francês
A economia francesa cresceu 0,2% no terceiro trimestre do ano, quando os analistas previam uma estagnação do produto interno bruto, de acordo com os dados divulgados na quinta-feira pelo Eurostat. Para o próximo ano, o governo francês prevê que a economia cresça 0,8%, o que corresponde ao dobro das previsões da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional, realça a “The Economist”. No mercado secundário de dívida, as yields das obrigações francesas estão a registar quedas ligeiras, com os juros implícitos a variarem entre 0,106% a dois anos e 2,072% a dez anos. Apenas nos prazos de 15, 20 e 30 anos se observam ligeiras subidas”.