domingo, novembro 18, 2012

Fitch vê implementação "politicamente mais difícil" do memorando português...

Escreve o Económico que “a agência mantém como cenário base que Portugal vai precisar de um segundo resgate. A Fitch está preocupada com a evolução do programa de ajustamento português. Apesar de reconhecer que o Governo está comprometido com a consolidação orçamental e que o défice externo está a ser corrigido mais rápido que o previsto, a agência lembra que o programa "ainda só está parcialmente cumprido". E, nesse sentido, afirma no seu relatório sobre Portugal, hoje publicado, que o programa está "numa fase delicada", em que a coesão política e social em torno do memorando "está a ser testada pelo Orçamento do Estado para 2013", ao mesmo tempo que "constrangimentos institucionais podem limitar a margem de manobra do Governo. Além disso, "as fracas perspectivas económicas desafiam o plano de redução do défice", frisa a agência de 'rating'. Recorde-se que, este ano, a recessão e a escalada do desemprego provocaram uma derrapagem na execução orçamental que obrigou o Governo e a 'troika' a reverem em alta a meta do défice inicialmente prevista, de 4,5 para 5% do PIB. A Fitch avisa ainda que será necessário "um esforço considerável" para que as finanças públicas sejam sustentáveis a médio prazo, o que vai implicar que Portugal mantenha o excedente no saldo primário de cerca de 3% do PIB de 2013 para a frente. Só assim será possível estabilizar a dívida pública em 116% do PIB em 2020, garante. Olhando para os pontos positivos e para os riscos com que Portgual se depara, a Fitch não tem dúvidas: "O financiamento após 2013 não está assegurado. A Fitch mantém como cenário base que o actual programa do país irá ser extendido", pode ler-se no relatório, que acrescenta que "ajuda oficial adicional será necessária e providenciada a médio prazo".