domingo, novembro 18, 2012

Deloitte: Estudo de Natal 2012

"Os portugueses estão pessimistas e vão gastar menos com o Natal e a Passagem de Ano. A diminuição do orçamento disponível devido à maior carga fiscal (65 por cento), assim como o clima económico e a previsão de que este piore (65 por cento) são as duas grandes razões apontadas, de acordo com a 15ª edição do Xmas Survey, estudo anual da consultora que analisa as intenções de compra dos consumidores. A presente edição abrange 18 países europeus e África do Sul, tendo sido inquiridos um total de 18.587 consumidores, entre a segunda e terceira semana de Setembro, sobre as suas intenções e planos de gastos em presentes, alimentação e lazer. Em Portugal, a percepção sobre a economia continua pessimista, com 83 por cento dos inquiridos a admitirem que a actual conjuntura é negativa – um valor bastante acima da média do total dos inquiridos em todos países que se situa nos 55 por cento, de acordo com os dados do Xmas Survey 2012. Esta perspectiva reflecte-se também no poder de compra dos portugueses, com 68 por cento a afirmar que o seu orçamento para compras irá diminuir este ano face ao ano passado. Em relação a 2013, 55 por cento diz que o seu poder de compra vai deteriorar-se, um valor mais elevado que a média europeia, balizada nos 34 por cento. O orçamento destinado a gastos no período natalício deve diminuir este ano cerca de 13,5 por cento face ao ano passado (530 euros em 2011). Em 2012, os portugueses terão cerca de 464 euros (por lar) para gastar com grande parte destinada à compra de presentes (cerca de 233 euros), seguidos dos gastos com produtos alimentares (162 euros). Este é o primeiro ano em que os portugueses têm a expectativa de gastar menos do que os alemães, em valor absoluto, que estimam gastar 485 euros. Com menor orçamento disponível, o factor preço torna-se determinante no momento da aquisição de um produto, com 95 por cento a considerar que não comprará um presente sem antes ter em atenção o seu valor. Esta razão poderá justificar, assim, o facto de, nas compras deste ano, 46 por cento dos inquiridos portugueses afirmar que procurará mais produtos em saldos e 37 por cento pretender fazer as compras em lojas consideradas mais baratas, face ao ano passado. Apesar de, este ano, 49 por cento dos portugueses afirmarem que vão comprar presentes para menos pessoas, as crianças terão um lugar de destaque, com mais de metade do orçamento disponível a estar cativo para a compra de presentes para os mais novos. De forma geral, para os portugueses os presentes mais desejados em 2012 são dinheiro (58 por cento) e livros (51 por cento), seguidos de vestuário e calçado (44 por cento) e de viagens (43 por cento). Apesar disso, os portugueses confessam que, em termos de intenção de compra, os livros lideram a tabela (48 por cento), seguidos do vestuário e calçado (36 por cento) e dos tradicionais chocolates (31 por cento). Com uma visão sobre o panorama económico ainda instável, os consumidores europeus continuam pessimistas, sendo que ainda assim alguns estão menos que outros. A contínua crise da dívida europeia e as várias medidas que os governos europeus têm tomado para reduzir o défice continuam a pesar na moral dos consumidores.
• Contudo, em 2012 foram menos os consumidores europeus a ter uma percepção negativa sobre a economia, com apenas 55 por cento a afirmar que a economia do seu país está em pior forma, comparativamente aos 63 por cento registados em 2011.
• Perto de metade dos europeus (49 por cento) acredita que a economia estará em recessão em 2013. O pessimismo está a ganhar terreno na Polónia, Luxemburgo, República Checa, Espanha, África do Sul e Eslováquia, com o indicador da confiança a cair entre 1 e 13 por cento nestes países. A situação é, no entanto, diferente na França, Bélgica, Suíça, Alemanha, Finlândia, Grécia, Irlanda, Itália, Rússia, Ucrânia e Holanda, onde os consumidores se sentem menos pessimistas acerca do futuro e onde os índices de confiança cresceram entre 4 e 31 por cento.
• Pela primeira vez desde 2008 – ano em que os índices de confiança do consumidor atingiram os níveis mais baixos – os consumidores sentem que o seu poder de compra diminui. Esta tendência foi observada na Bélgica, Suíça, Finlândia, França, Polónia e África do Sul e é particularmente marcadaem Espanha (onde 53 por cento dos inquiridos afirmam ter menos dinheiro para gastar este ano vs. 38 por cento em 2011), em Portugal (com 68 por cento vs. 62 por cento em 2011) e na Grécia e Itália, onde 80 por cento e 60 por cento, respectivamente, dizem ter menos dinheiro para gastar.
• Os europeus estão também preocupados com o seu poder de compra em 2013, com 34 por cento a esperar que este diminua e apenas 19 por cento a acreditar que venha a ser maior. O receio quanto ao futuro intensificou-se na Bélgica, Alemanha, Espanha, Polónia, Portugal e República Checa. Em países como França, Grécia, Irlanda, Holanda e Luxemburgo, que no ano passado mostraram grande ansiedade quanto ao poder de compra, os consumidores estão de alguma forma menos apreensivos quanto ao futuro. Outros países, como a África do Sul, Ucrânia, Rússia, Finlândia e Suíça estão ainda optimistas.
Segundo Nuno Netto, Associate Partner da Deloitte: “Embora exista ainda um enorme desejo de apreciar as festividades natalícias, os consumidores estão a ser mais cuidadosos com a forma como gastam o seu dinheiro Na conjuntura actual, o preço é cada vez mais o atributo crítico no factor de processo de decisão de compra” (Deloitte)